12 DE MAIO DE 2017
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem agora a palavra a Sr.ª Deputada
Sandra Cunha, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª SandraCunha (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda saúda e
acompanha a iniciativa que o Partido Socialista aqui traz.
A igualdade entre mulheres e homens é um dos princípios fundamentais da Constituição da República e,
como tal, é responsabilidade do Estado fazer a sua promoção em todas as áreas da vida social.
A nossa organização social investe homens e mulheres de papéis diferenciados em função do género, o que
contribui grandemente para que decisões políticas que serão aparentemente neutras em termos de igualdade
se repercutam de forma diferente em homens e mulheres.
A plataforma de ação adotada na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim, instou os governos a
integrar a perspetiva de género em todas as políticas e em todos os programas e a efetuar uma análise dos
seus possíveis efeitos nas mulheres e nos homens.
Desde então, foram vários os Estados que imprimiram esta perspetiva de género, e Portugal não foi exceção.
Mas importa reter — e daí a nossa concordância com a proposta apresentada pelo Partido Socialista de alargar
esta preocupação a toda a produção legislativa e ao desenvolvimento das várias medidas, programas e ações
—, por um lado, que a adoção do princípio da integração da perspetiva de género é fundamental para o
cumprimento da igualdade entre homens e mulheres e, por outro, que dotar as políticas de sensibilidade à
dimensão de género implica proceder a esta análise e a esta avaliação sobre os seus efeitos.
Portanto, a avaliação do impacto de género deve tomar em consideração as diferentes condições de partida
entre homens e mulheres, as diferentes realidades experienciadas em função do género, especialmente no que
respeito a acesso e bens e serviços, e a existência de obstáculos específicos ou de necessidades diferenciadas
entre homens e mulheres.
Efetivamente, só se pode atuar com eficácia na realidade que se conhece.
As desigualdades de género estão ainda fortemente impregnadas na nossa sociedade e é, por isso, essencial
que não se perpetuem e reforcem por força do desenvolvimento de políticas que não tenham em conta essas
mesmas desigualdades.
A avaliação do impacto de género é, efetivamente, um instrumento privilegiado para a transversalização da
perspetiva de género, porque, ao permitir um maior nível de informação sobre a realidade social, contribui para
uma melhor produção legislativa e para o desenho de políticas e ações que caminhem efetivamente no sentido
da igualdade de género.
Por tudo isto, o Bloco de Esquerda considera bem-vinda e acompanha, evidentemente, esta iniciativa do
Partido Socialista.
Aplausos do BE e de Deputados do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Margarida Balseiro Lopes.
A Sr.ª MargaridaBalseiroLopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Socialista
entendeu retomar as duas iniciativas que apresentou na anterior Legislatura e submetê-las, de novo, à
apreciação do Parlamento.
Os argumentos que então foram apresentados pelo PSD, na anterior discussão parlamentar, mantêm-se
atuais, por uma questão de coerência e porque o PS fez tábula rasa dos alertas deixados pelo PSD.
De facto, as críticas que então foram feitas pelos vários partidos não mereceram qualquer acolhimento.
Como é óbvio e tem sido amplamente demonstrado, para o PSD, seja no poder, seja na oposição, a
promoção da igualdade entre homens e mulheres é um objetivo fundamental das políticas públicas.
A transversalidade destas matérias impõe, de facto, que a atuação dos órgãos de soberania e da
Administração Pública assegure que as suas decisões tenham em conta e ponderem a situação de homens e
de mulheres.