25 DE MAIO DE 2017
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de aumentar quer a produção quer o consumo de produtos biológicos e, depois, ficarmos por promessas,
medidas, objetivos, sem que tenhamos os correspondentes instrumentos de política.
Portanto, Sr. Ministro, dou-lhe um conselho: reforce as verbas para a agricultura, porque os agricultores estão
sedentos delas, e, sobretudo, tenha outra capacidade de dar resposta aos programas de investimento e às
candidaturas que são apresentadas.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra, para responder, o Sr. Ministro da Agricultura,
Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos.
O Sr. Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (Luís Capoulas Santos): — Sr.
Presidente, Srs. Deputados: Dispondo apenas de 6 minutos para responder a este extenso rol de perguntas, irei
procurar ser tão objetivo quanto possível e concentrar algumas respostas a diferentes Deputados.
Sr. Deputado João Ramos, relativamente à questão que colocou sobre o setor do leite, como sabe,
encontrámos o setor mergulhado, há mais de um ano, numa crise sem precedentes.
Com um conjunto de medidas nacionais e outras aprovadas na União Europeia e com o reforço do
financiamento europeu, conseguimos inverter a tendência e, felizmente, os preços do setor do leite têm vindo a
aumentar e o período mais difícil da crise terá sido ultrapassado. Apresentámos um plano especial para a
recuperação do setor, com um vastíssimo conjunto de medidas que tiveram uma excelente aplicação, e,
felizmente, neste momento o setor vive momentos de alívio. A verdade é que, durante muitos meses, o anterior
Governo pura e simplesmente esqueceu que havia uma crise nesse setor, em Portugal — aliás, fez o mesmo
relativamente ao setor dos suínos e, felizmente, também conseguimos resolver essa situação.
Quanto aos direitos de plantação de vinha, Sr. Deputado, penso que há um equívoco na sua pergunta. É que
o Sr. Deputado manifestou preocupação com a liberalização do setor, mas, como sabe, o setor está
condicionado até 2030. Não é possível plantar nenhum hectare de vinha em Portugal além do máximo de 1%
que o Governo, em cada ano, pode autorizar. Portanto, essa é a situação que vigora neste momento e que está
garantida até 2030 e procuraremos, no quadro da próxima reforma, prolongar esse período indefinidamente, se
possível.
O Sr. Deputado Nuno Serra disse uma série de coisas que tenho muita dificuldade em compreender, porque
penso que o Sr. Deputado tem vivido neste País no último ano e meio, assim como nos últimos quatro anos e
meio.
O Sr. Deputado diz que há um conjunto de políticas que são antiprodução, mas basta consultar os dados da
estatística sobre o valor da produção e o valor das exportações para pôr em causa se estas políticas são
antiprodução, face aos números conhecidos.
Protestos do Deputado do PSD Nuno Serra.
Quanto ao setor do leite, volto a dizer o mesmo: os senhores ignoraram, ignoraram olimpicamente, durante
mais de um ano, um setor a afundar-se, sem que tivessem feito nada para inverter a situação. Felizmente, a
situação foi invertida.
Aplausos do PS.
Disse também o Sr. Deputado, a propósito do programa de apoio à viticultura, que o Governo não apoia os
pequenos agricultores. Sr. Deputado, isso são «lágrimas de crocodilo», são «lágrimas de crocodilo» de um
Deputado que suportou um partido que discriminou negativamente a pequena agricultura, no quadro comunitário
de apoio.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PSD Nuno Serra.