I SÉRIE — NÚMERO 93
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O Governo foi absolutamente indiferente ao consenso político estabelecido na Assembleia da República, foi
absolutamente indiferente às resoluções da Assembleia da República e foi absolutamente indiferente às
preocupações expressas por todas as forças políticas com assento parlamentar. O Governo desrespeitou a
Assembleia da República, o órgão de soberania representativo de todos os portugueses.
Assim, nos termos constitucionais e regimentais, a Assembleia da República reunida em sessão plenária
manifesta o seu protesto ao Governo pelo comportamento omissivo deste na Cimeira Ibérica ao recusar-se, por
sua própria iniciativa, a abordar a temática da central nuclear de Almaraz e, muito concretamente, a necessidade
do seu encerramento.
O Sr. Presidente: — Passamos à votação do voto n.º 320/XIII (2.ª) — De protesto pela ausência do processo
da central nuclear de Almaraz na 29.ª Cimeira Bilateral Luso-Espanhola (CDS-PP).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do BE, do CDS-PP, do PCP, de Os Verdes,
do PAN e do Deputado do PS Paulo Trigo Pereira e votos contra do PS.
É o seguinte:
Decorreu nos passados dias 29 e 30 de abril a 29.ª Cimeira Luso-Espanhola, em Vila Real. Trata-se de uma
iniciativa que tem vindo a ganhar consistência e frequência, ao longo dos anos, tendo como objetivo central
reforçar o relacionamento bilateral entre os nossos dois países bem como contribuir para uma maior
diversificação da cooperação nos mais variados domínios.
A cumplicidade estratégica que tem existido entre Portugal e Espanha tem permitido aos dois países afirmar
as suas posições no plano europeu e ir mais longe no aprofundamento multidimensional do seu relacionamento,
em permanente diálogo. É, através desse diálogo permanente, pontuado por cimeiras e encontros a todos os
níveis, têm sido encontradas soluções construtivas para as grandes questões de interesse comum mas também
para os incidentes de natureza episódica.
Foi por isso, com perplexidade, que tomámos conhecimento do facto de os dois países não terem aproveitado
a Cimeira para analisar as questões relativas à central nuclear espanhola de Almaraz, situada a pouco mais de
100 quilómetros da fronteira portuguesa.
Parece-nos inaceitável que um encontro de alto nível não sirva como momento apropriado para discutir no
plano político-diplomático bilateral uma questão que tem sido foco de desentendimento entre Portugal e Espanha
e, muito menos, que não faça parte da agenda.
Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, decide apresentar o seu voto de protesto pela
ausência de discussão do tema sobre a central nuclear de Almaraz na 29.ª Cimeira Luso-Espanhola,
expressando o seu desagrado pela inexistência de propostas do Governo português bem como de garantias de
encerramento por parte das autoridades espanholas.
O Sr. Ascenso Simões (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Ascenso Simões (PS): — Sr. Presidente, para indicar que apresentarei uma declaração de voto sobre
estas votações.
O Sr. Presidente: — Fica registado, Sr. Deputado.
Passamos à votação do voto n.º 321/XIII (2.ª) — De saudação pela Declaração Conjunta da XXIX Cimeira
Luso-Espanhola (PS).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do BE, do CDS-PP, do PCP, de Os Verdes e
do PAN e votos a favor do PS.
É o seguinte: