I SÉRIE — NÚMERO 93
22
Julgamos que os termos em que o CDS coloca esta questão no voto que apresenta são adequados e
ponderados, relativamente não só ao posicionamento que a Assembleia da República tem vindo a tomar mas
também ao silêncio por parte do Governo português no tratamento desta matéria, ao contrário daquilo que
acontece com os termos em que o voto do PSD foi proposto, que não poderão merecer a nossa concordância.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha, do Grupo Parlamentar do PS,
para uma intervenção.
A Sr.ª Maria da Luz Rosinha (PS): — Sr. Presidente: Queria, em primeiro lugar, asseverar que o debate
sobre Almaraz tem sido um debate sério. A posição do Partido Socialista, que tem coincidido até ao momento
com a posição de todas as outras bancadas com assento neste Hemiciclo, não se alterou: o Partido Socialista
defende o encerramento da central de Almaraz, e é acompanhado pelo Governo nesta mesma propositura.
Neste âmbito, acho muito estranho que tenha havido uma omissão completa daquela que foi a posição
expressa pelo Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros na sua última audição na Comissão de Ambiente,
Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, que disse que iria continuar a
desenvolver todos os esforços diplomáticos, no sentido de respeitar a posição tomada neste Parlamento.
O Governo português, no âmbito da Cimeira que teve lugar nos passados dias 29 e 30 de maio, colocou em
primeiro lugar os interesses nacionais, e isso está bem claro na posição expressa nos pontos 12 e 13 das
conclusões da Cimeira, que, se me permitem, vou ler rapidamente: «12 — A cimeira de Vila Real permitiu que
ambos os países reafirmassem o firme empenho em aprofundarem a troca mútua de informações em matéria
energética, num espírito de diálogo e transparência, no quadro da União Europeia e desenvolvendo consultas
bilaterais sempre que necessário, muito em particular nos casos com um potencial impacto transfronteiriço.
13 — Foi destacada a importância de defender e promover um modelo energético sustentável, através da
utilização de recursos endógenos renováveis. (…)», e por aí em diante.
Mas não posso deixar de notar também a ausência de qualquer referência por parte das outras bancadas à
vitória que foi o compromisso obtido pelo Governo português e pelo Parlamento — e destaco o trabalho
desenvolvido pela 11.ª Comissão — no que se refere à definição do regime de caudais previsto na Convenção
de Albufeira, a aprofundar em 2018, quando se completam os 20 anos desta Convenção.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria da Luz Rosinha (PS): — A bancada do Partido Socialista considera deveras positivo o resultado
da Cimeira, face ao interesse de Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar Os Verdes,
para uma intervenção.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente: A posição de Os Verdes sobre a questão da central
nuclear de Almaraz é muitíssimo conhecida, através das intervenções e das iniciativas que temos feito sobre
esta matéria.
Fomos ao local onde se realizou a Cimeira Ibérica para protestar pela não inclusão de um ponto sobre a
central nuclear de Almaraz na agenda da cimeira, protestámos aqui, na Assembleia da República, e
continuaremos a protestar, certamente, caso o Governo não tome uma posição firme relativamente à defesa dos
interesses dos portugueses, do nosso território, dos nossos ecossistemas, designadamente, do rio Tejo. Essa
posição firme de Os Verdes é algo com que os portugueses e as Sr.as e os Srs. Deputados podem continuar a
contar.