I SÉRIE — NÚMERO 97
24
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — … talvez sirva para enganar alguns eleitores incautos, mas não vai resolver
o problema às pessoas.
O problema da precariedade é, neste momento, mais sério em Portugal do que nunca, mas não é a «fazer
de conta» que os problemas se resolvem.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — Sr.ª Deputada, como é que consegue explicar que a precariedade no Estado
tenha aumentado de forma explosiva com este Governo?
Como é que explica que, entre setembro de 2015 e março de 2017, haja no Estado mais 17 000 pessoas
com contratos a prazo? Explique!
Porque é que agora há mais 17 000 contratados a prazo no Estado do que quando o Governo iniciou funções?
Como é que se sentem as esquerdas a apoiar um Governo que aposta massivamente em contratos a prazo?
E o que é que dizem do programa de regularização de precários do Estado só ser concluído em 2018 ou em
2019? Para quê tanta demora?
Protestos do BE e do PCP.
Depois, o que é que pensa o PCP de não serem dados meios à ACT? Porque é que à Autoridade para as
Condições de Trabalho faltam pessoas e orçamento para fazer cumprir a lei laboral?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — O que é que pensa o PCP de ainda não terem sido admitidos novos
funcionários na ACT para tapar as vagas causadas pela redução do horário de trabalho?
Se este Governo não consegue cumprir a lei atual — e é o PCP que o escreve nestas propostas —, como é
que querem que ele cumpra uma lei mais exigente?
Se este Governo não consegue conduzir uma carroça na luta contra a precariedade, como é que o PCP quer
que ele conduza um automóvel sem uma roda?
Risos e aplausos do PSD.
Passa pela cabeça de alguém sensato proibir uma empresa que tenha um acréscimo de encomendas de
contratar trabalhadores para fazerem esse trabalho?
Depois, porque é que o PCP agora quer menos negociação coletiva?
No PSD queremos mais espaço para os sindicatos, sobretudo para os sindicatos verdadeiros, os sindicatos
que querem mesmo defender os trabalhadores.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
A não ser que se destinem a aumentar o desemprego e a agitação social, estas propostas não podem ser
para levar a sério.
Sendo o PCP cúmplice de todas estas situações, enquanto apoiante indefetível deste Governo, deixe que
lhe diga, Sr.ª Deputada, que há um remédio para toda a culpa: reconhecê-la!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.