16 DE JUNHO DE 2017
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candidatura mais forte, face ao conjunto de cidades que estão a candidatar-se, que são, como sabe, cerca de
20, em 20 países.
Sr.ª Deputada Cecília Meireles, está com certeza recordada que essa resolução do Conselho de Ministros
que tem é do dia 26 de maio ou do dia 24 de maio.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não, não. É de 27 de abril!
O Sr. Ministro da Saúde: — De abril, tem toda a razão.
Mas a Sr.ª Deputada, provavelmente, estaria no Plenário, no dia 10 de maio, quando a Câmara aprovou, por
unanimidade, um voto de saudação pela candidatura portuguesa à Agência Europeia de Medicamentos de
Portugal e de Lisboa.
Portanto, não se trata de discriminar uma cidade em desfavor de outra e acredito que o Porto tem tantas
condições como Lisboa para apresentar uma candidatura forte.
Mais, Sr.ª Deputada: sendo, como sou, um adepto do processo de descentralização do País, nomeadamente
em matéria de saúde, posso dizer-lhe que, do ponto de vista do Ministério da Saúde, estamos prontos, assim
que o enquadramento legal o permita, para deslocar rapidamente para fora de Lisboa dois ou três dos serviços
centrais. Essa é uma matéria que desejamos fazer, assim haja enquadramento legal, dando, assim, a maior
prova de que concordamos consigo de que, de uma forma mais equilibrada, é preciso transformar o País, no
respeito pelo conjunto das potencialidades que as diferentes cidades do País têm.
Finalmente, Sr.ª Deputada Carla Cruz, sobre o hospital Amadora-Sintra, fui informado que a direção clínica
tinha posto o lugar à disposição e fui também informado que se mantém em funções. O que o hospital Amadora-
Sintra fez é natural: foi uma chamada de atenção que, naturalmente, é atendida pelos serviços e será apoiada.
Uma coisa lhe garanto, Sr.ª Deputada: daremos ao hospital Amadora-Sintra autorização para todas as
contratações de médicos e de pessoal de enfermagem de que o hospital necessite e que sejam adequadas.
Infelizmente, nalguns casos, queremos dar autorizações e as candidaturas não existem e a disponibilidade
desses mesmos médicos também não.
Portanto, sobre o Amadora-Sintra, não vemos nenhum mal nessa tomada de posição, que foi, aliás, correta,
adequada, se quiser, uma chamada de atenção, e a ARS (Administração Regional de Saúde) de Lisboa e Vale
do Tejo está, com o hospital, a procurar resolver essa situação da forma mais equilibrada que for possível.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, entramos, agora, na fase das intervenções.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Sales, do Partido Socialista.
O Sr. António Sales (PS):— Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Sr.
Secretário de Estado da Saúde, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados:
Já todos percebemos que o PSD perdeu a sua agenda política em matéria económica.
Neste naufrágio enorme, que são as atuais políticas do PSD, o Sr. Deputado Miguel Santos atira-se a
qualquer boia num imenso oceano, nem que seja virtual. Tudo o que mexe serve de boia. Daí resulta, com
certeza, uma análise redutora e até restritora do atual estado da saúde. Restringe-a a um escrutínio de
reclamações, pagamentos em atraso, corte de 35% em tarefeiros, falta de investimento.
Os senhores fazem uma análise económico-liberal das políticas de saúde. Nós fazemos uma análise
económico-social das mesmas políticas.
Aplausos do PS.
Por isso, fazem um escrutínio diário, ou quase diário, de aspetos conjunturais que em nada têm a ver com
componentes estruturais, ainda por cima, com uma enorme falta de memória. Ou será que já não se lembram
das câmaras ocultas nos serviços de urgência, que evidenciavam a degradada situação em que os doentes
eram observados?