I SÉRIE — NÚMERO 98
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O Sr. António Sales (PS): — Temos já um maior número de camas em cuidados continuados e paliativos.
Ó Sr. Deputado, então falando de investimento, não acha que este é suficiente?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Moisés
Ferreira.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Um debate
e uma tarde para discutir saúde e, na verdade, por parte do PSD e do CDS-PP ainda não se ouviu nenhuma
proposta. É caso para dizer, adaptando o filme, que digam qualquer coisinha em defesa do Serviço Nacional de
Saúde, qualquer coisinha, uma só, uma proposta apenas.
Aplausos do BE.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Exatamente!
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Na verdade, para sermos verdadeiros e realistas, não podíamos esperar isso
nem do PSD nem do CDS-PP, porque a verdade é que não defenderam o Serviço Nacional de Saúde no
passado, não o vão fazer agora, não o vão fazer no futuro.
Sobre as 35 horas, aquilo que fizeram no passado, e que propõem agora, foi obrigar os trabalhadores a
trabalharem mais horas pelo mesmo salário, é a única coisa que têm a propor. Não falam da reposição do valor
por hora extraordinária, não falam da reposição dos cortes salariais porque são a favor desses cortes,
impuseram esses cortes, e por vocês eles estariam em funcionamento.
O Sr. Deputado Miguel Santos na sua intervenção falou — e muito bem — sobre um projeto do Bloco de
Esquerda que propõe poupar nos privados para investir no Serviço Nacional de Saúde. Percebemos porque é
que é tão azedo em relação a esse projeto, é porque não concorda com ele, o PSD votou contra ele e isso
justifica o facto de durante o Governo PSD/CDS-PP a transferência de dinheiros para privados ter aumentado.
Isto porque, as rendas aos convencionados aumentaram durante o vosso Governo.
O Sr. Deputado falou, ainda, da formação especializada. Não só foram os senhores que alteraram o regime
do internato médico, como votaram contra um projeto de lei do Bloco de Esquerda que garantia vaga a todos os
médicos recém-licenciados, acabaram por chumbar esse projeto, mas nós insistiremos.
Resumindo: as propostas do PSD, e do CDS-PP foram zero e como não têm propostas não são interlocutores
e, portanto, não estão no debate que é necessário.
Sobre a questão da Agência Europeia de Medicamentos, que já foi aqui abordada, a posição do Bloco de
Esquerda é conhecida. Achamos que se devem procurar outras cidades. Achamos, aliás, que esta Agência não
se deve centrar em Lisboa e que ela pode ser um foco para atrair investimento para outros locais que não a
capital.
A Agência Europeia de Medicamentos está hoje localizada em Londres e não consta que isso crie especiais
dificuldades na relação e comunicação, por exemplo, com o Infarmed. Então, por que não a sua localização
noutra cidade que não Lisboa?
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Volto a algumas das questões que abordei na primeira intervenção: sobre o
Programa Nacional de Vacinação, e tendo em conta a resposta do Sr. Ministro, é com agrado que vemos que a
confirmação que o Infarmed fez hoje na imprensa de que estava em cima da mesa a transferência do Programa
Nacional de Vacinação para as farmácias foi desmentida. Há um recuo e é ótimo tirar de cima da mesa qualquer
ideia, qualquer negociação que tenha existido. Ótimo trabalho, ótimo serviço prestado ao Serviço Nacional de
Saúde.
Aplausos do BE.