9 DE DEZEMBRO DE 2017
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Portanto, a solução destes problemas que estão em causa tem de ser encontrada no equilíbrio e no balanço
destes três fatores, não pode nunca ser vista isoladamente, porque, se assim for, necessariamente, vamos
deixar coxa alguma das soluções. Portanto, é aqui que temos de refletir.
No entanto, esta reflexão não pode ser apenas e exclusivamente feita por esta Câmara. A resolução destas
questões tem de ser feita com a ação do Governo, não pode ser feita, repito, apenas e exclusivamente aqui.
Estas são matérias que, sem margem para dúvida, cabe ao Governo atender, mas também solucionar; não
cabe a este Parlamento. E é simples perceber porquê. Só o Governo tem todos os dados da equação para poder
perceber o que é que se pode fazer neste domínio, designadamente as condições no terreno e, no limite, tem
sempre de ter em conta a segurança das populações.
Todos nós conhecemos exemplos de postos da GNR encerrados às 17 horas, exemplos de postos que só
têm um militar — e isto acontece por este País fora em várias regiões. Aliás, devo recordar que, na trapalhada
da implementação do horário de referência de 40 horas, que o Governo há pouco tempo implementou, o Sr.
Comandante-Geral advertiu que, em algumas zonas do País, a implementação do horário de referência exigiria
reforço de pessoal em alguns postos, sob pena de encerramento, com óbvio prejuízo para as populações.
Donde estes são problemas muitíssimo sérios que o CDS não ignora, mas que o PCP tem de resolver dentro
de casa, da casa governativa de que também faz parte, e não trazer para a Assembleia da República a solução
de um problema que não consegue resolver dentro do Governo, que é vosso e que amiúde se esquecem que é
vosso.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Portanto, fazer apenas o «número» de que se está muito
preocupado e apresentar projetos de resolução a esta Câmara sem resolver o problema com o Governo não
interessa para nada, porque não resolve nada. Só se faz o «número» e, no fim das contas, fica tudo igual, e isso
não importa.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Isso é que é assumir responsabilidades!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Portanto, Sr. Deputado, resolver implica ação, e a responsabilidade
é também vossa!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Então, votem! Daqui a pouco vamos votar!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Por isso, os senhores têm de fazer dentro de casa o que não
querem fazer ou não podem fazer…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Para terminar, Sr. Presidente, e agradecendo a tolerância, queria
dizer apenas que não basta dizer «tentámos e não conseguimos». É preciso resolver, e isso está nas vossas
mãos fazê-lo com o Governo!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tem a
palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Susana Amador.
A Sr.ª Susana Amador (PS). — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Guarda tem por missão, no âmbito
dos sistemas nacionais de segurança e proteção, assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança
interna e os direitos dos cidadãos, bem como colaborar na execução da política de defesa nacional, nos termos
da Constituição da República Portuguesa e da lei.