9 DE DEZEMBRO DE 2017
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Queremos também dizer que este estatuto permite essa conciliação e a interrupção por motivos de doença
ou por fruição de qualquer outra licença.
Finalmente, gostaria de dizer que o Sr. Ministro da Administração Interna, nos últimos dias, tem tido reuniões
com os representantes das associações profissionais para que estas e outras propostas possam ser bem
avaliadas e analisadas e estamos certos de que estas reuniões permitirão encontrar uma base de trabalho e de
convergência para a resolução de algumas destas questões, uma vez que o diálogo é essencial à democracia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra, para
uma intervenção, o Sr. Deputado José Silvano.
O Sr. José Silvano (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PCP e o PAN trazem hoje algumas
propostas de alteração ao Estatuto da GNR, nomeadamente a eliminação de disposições estatutárias que
eliminam a autonomia das associações profissionais, o regime de férias e o horário de referência.
Convém dizer que todos nós temos de assegurar os direitos e as garantias à GNR. Faltou dizer ao PCP e ao
PAN que temos de fazê-lo no âmbito da Constituição e do seu estatuto legal como força militar. Não dizer isto é
viciar todo o debate e é, demagogicamente, assumir aqui algumas questões.
Quero dizer, com toda a frontalidade, que o PCP é coerente nesta perspetiva. É coerente e persistente,
porque muitas vezes apresenta pequenas alterações, a que chama «aperfeiçoamentos», ao estatuto de
natureza militar da GNR. A sua condição específica nunca é referida e, como sempre, o seu objetivo final é o de
acabar com o atual sistema dual das forças de segurança e caminhar para um corpo único das forças de
segurança. Mas era preferível assumi-lo com toda a frontalidade!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Silvano (PSD): — Claro que é uma intenção que não é assumida publicamente, porque, Sr.as e
Srs. Deputados, nas entrelinhas da exposição de motivos destas e de outras iniciativas sobre esta matéria, isso
fica claro, porque diz sempre que o que está em causa neste momento — e diz sempre «neste momento» —
não é a alteração ao Estatuto. Aliás, diz também, na exposição de motivos destas propostas, a seguinte frase
que, para mim, é característica e reveladora: «neste novo quadro político e com uma distinta correlação de
forças», estão reunidas as condições para fazer estas alterações. Só faltou acrescentar: se o PS estiver de
acordo com isto, que é esta maioria que se quer patriótica e de esquerda, para alterar este estatuto militar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Silvano (PSD): — Vamos ver se se verifica ou não nesta Câmara essa maioria patriótica e de
esquerda com o Partido Socialista!
Nós votamos contra, clara e objetivamente, por coerência histórica e pela importância das forças da GNR
para a segurança nacional e para o combate ao crime.
Protestos do PCP.
Mas, atenção, por votarmos contra não estamos em desacordo com algumas medidas de defesa dos direitos.
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Ah!
O Sr. José Silvano (PSD): — Fomos nós que, em 2014 — repito, em 2004 —, que aprovámos, num Governo
PSD/CDS-PP, este direito de associação. Foi um Governo PSD e CDS-PP que, em 2004, aprovou este direito
de associação.