I SÉRIE — NÚMERO 34
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É esta a situação do Serviço Nacional de Saúde. É o descalabro! É o «salve-se quem puder»!
Perante tudo isto, qual é a resposta do Governo? Ontem, António Costa, perante uma pergunta muito clara
colocada por Os Verdes, disse que — e passo a citar — «o que estamos a viver vamos continuar a viver mais
nos próximos anos». Ou seja, o Governo, a maioria que nos governa, assume que, na área da saúde, depois
de ter aprovado no Orçamento do Estado o maior desinvestimento na saúde face ao PIB da última década, que
nada vai acontecer, nada vai mudar e os doentes, esses, enfim, como dizia o outro, que se aguentem, porque
deste Governo, de facto, não podemos esperar nada.
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
Perante o que está a acontecer na saúde, com o colapso e a rutura do Serviço Nacional de Saúde, pergunta-
se: qual é a prioridade do Partido Comunista Português? As parcerias público-privadas, pois claro!
Com toda a franqueza, não sei o que me assusta mais enquanto cidadão, se é a incompetência de quem nos
governa ou se é a cegueira ideológica de quem suporta o Governo.
Compreende-se bem o incómodo das esquerdas em relação às parcerias público-privadas. Não só foram
governos socialistas a inaugurar todos os hospitais geridos em regime de PPP do nosso País, sempre durante
o Governo socrático, como no último Orçamento do Estado, aprovado há dois meses, o PS, o PCP, o Bloco e
Os Verdes aprovaram mais uma PPP para a construção, por mais de 300 milhões de euros, de um novo hospital,
o hospital de Lisboa Oriental, também designado hospital de Todos-os-Santos.
Aplausos do PSD.
Na PPP de Braga, acabaram com o acesso ao tratamento de doentes com VIH (vírus da imunodeficiência
humana) e com esclerose múltipla e, em Cascais, depois de há dois meses o Ministro da Saúde ter dito que não
seria necessário prorrogar o contrato…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.
O Sr. RicardoBaptistaLeite (PSD): — Sr. Presidente, peço a mesma tolerância que teve para com o Partido
Comunista Português.
O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite terá o tempo que a Mesa decidir.
Faça favor de terminar.
O Sr. RicardoBaptistaLeite (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, depois da votação do Orçamento do Estado, o que o Ministro fez, na obscuridade do
seu gabinete, foi prorrogar o contrato da PPP de Cascais para além do término do mandato do Governo.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua.
O Sr. RicardoBaptistaLeite (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
Como foi dito aqui, mais de 116 milhões de euros vão ser injetados nas PPP porque o Governo vai usar os
hospitais para colmatar as falhas e a falência do Estado ao nível dos cuidados de saúde primários.
Ao nível do Serviço Nacional de Saúde, a situação é grave, pelo que exigimos respostas aqui, e hoje.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Gouveia.