15 DE MARÇO DE 2018 17
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — É bem ilustrativo que, com esta forma de proceder, o PCP não
quer discutir e consensualizar soluções, antes quer a rua, antes quer revoluções.
A paz social pode estar em risco quando alguns partidos decidem alterar o quadro normativo do trabalho,…
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — E pôr em perigo os patrões, o vosso problema é esse!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — … sem respeito pela concertação social e pelo tripartismo
representado nesse órgão, e quando o Governo não assume, como devia, o papel de árbitro social. Aqui
lembramos que o PSD sempre, mas sempre, valorizou a concertação social como espaço de discussão e
construção de compromissos necessários à preservação da paz social, ao desenvolvimento e à promoção da
justiça e da equidade.
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
Tudo podemos, e devemos, discutir, com seriedade, ponderação e justiça, mas um bom resultado para o
País não passa por uma decisão unilateral,…
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Era assim que os senhores faziam; os patrões decidiam.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — … de alguns partidos, do Governo, ou por manifestações na rua.
Implica mobilizar os parceiros sociais e conquistá-los com uma solução boa para todos e, logo, para o País.
A voragem dos dias ensina-nos que temos de ser rápidos, mas com ponderação e acerto. Temos de
privilegiar a estabilidade das regras que enquadram o trabalho, embora tenhamos de as ir ajustando, para melhor
dar resposta aos desafios de hoje e do futuro.
O futuro é a economia digital e global. A história merece-nos respeito e com ela devemos aprender, mas não
é com ideias e regras da primeira Revolução Industrial que vamos enfrentar o futuro.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Isso é o que os senhores querem!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — O futuro cumpre-se com trabalhadores e empregadores
devidamente qualificados e capazes de responder aos contantes desafios que a evolução científica e tecnológica
coloca à economia.
Temos de adaptar os curricula das escolas e os perfis, bem como os conteúdos de formação das entidades
formadoras, públicas e privadas, às novas realidades e aproveitar as verbas comunitárias. Temos de tornar
acessíveis os princípios da digitalização e da robótica e preparar os nossos recursos humanos para responder
a estes desafios. Temos os melhores trabalhadores e os melhores jovens, mas temos de os preparar para a
nova realidade, pois só assim podem sentir-se integrados económica e socialmente.
A palavra de ordem é capitalizar. É uma boa notícia que as verbas a utilizar para a formação profissional
sejam efetivamente utilizadas no sentido da capitalização de novas competências. Temos de privilegiar estas
qualificações tão necessárias para enfrentar os novos desafios da digitalização e da robótica.
Sr.as e Srs. Deputados: Não é possível concordar com revisões profundas da legislação laboral, como
defendem o PCP e o Bloco de Esquerda e como contraria, aliás, pelo que se diz e pelo que se ouve, a posição
do PS.
Será que o Governo já percebeu que a estabilidade laboral e as reformas feitas são, no geral, um bom
alicerce para o crescimento económico e para o emprego?! Ou será que vai claudicar e colocar as suas próprias
opções na gaveta para ceder às pressões dos seus amigos do poder?!
Afinal, o que quer o PS e o Governo?
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!