20 I SÉRIE — NÚMERO 59
O Sr. João Oliveira (PCP): — Responda lá às perguntas!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Nós procuramos encontrar o que há de bom num lado e de bom
no outro.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do
PSD, peço desculpa, do PS — repito, do PS, fui a tempo —, tem a palavra a Sr.ª Deputada Wanda Guimarães.
Risos.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por agradecer ao Sr.
Presidente a retificação que fez relativamente ao partido a que pertenço,…
Risos.
… porque a acho muito importante.
Em primeiro lugar, quero deixar aqui um sublinhado muito especial ao Partido Comunista Português por ter
trazido a negociação coletiva a debate, que nos vai permitir, mais uma vez — eu diria que o assunto já está
esclarecido, porque a posição do Partido Socialista é bem clara e tem-no sido ao longo das diferentes sessões
legislativas —, clarificar alguns aspetos.
Em segundo lugar, gostávamos de declarar que não temos medo algum das alturas. Podem colocar-nos, à
vontade, em cima do muro, como pretende o PCP, porque temos dado saltos muito positivos a favor dos
trabalhadores deste País e do desenvolvimento de Portugal.
Aplausos do PS.
Aliás, estes saltos têm sido dados com o apoio da esquerda, é preciso dizê-lo, e temos caído sempre de pé
e, assim, continuará a acontecer.
O que não irá acontecer, de certeza absoluta, podem contar com isso, é irmos a reboque da agenda dos
outros partidos. Temos a nossa própria agenda, que é a agenda do PS, e é essa que iremos cumprir ao ritmo
que entendermos necessário.
Sobre as questões que estão em discussão, gostava de introduzir duas ou três notas à guisa de contextualizar
o assunto. Primeiro, não desvalorizamos a função legislativa do Parlamento, mas também não desvalorizamos
outros instrumentos ao nosso dispor — estou a falar da concertação social.
Mais: pensamos que não é inteligente fazê-lo, que é um desperdício não aproveitar as virtualidades da
concertação social.
Já agora, respondendo ao Partido Social Democrata, que tão empolgantemente fala da concertação social,
gostaria de lembrar que durante os quatro anos em que foi Governo não passou cavaco à concertação social,…
Protestos do PSD.
… impôs as 35 horas, tirou os feriados, cortou pensões e salários e, nessa altura, não perguntou a ninguém,
nem dignificou a concertação social.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Nós, Partido Socialista, sim, temos, de facto, moral política para falar da concertação social.