15 DE MARÇO DE 2018 19
É esta a modernidade e a evolução dos tempos que a Sr.ª Deputada tem para os trabalhadores desta
empresa?!
Aplausos do PCP.
O outro exemplo é a Lisnave, que criou outra empresa, a Lisnaveyards, para não aplicar a contratação
coletiva, para impor um regime de adaptabilidade, que obriga os trabalhadores a 15 dias de trabalho, ao sábado
e aos feriados, sem receberem, sequer, mais por isso. Só é possível o pagamento do trabalho extraordinário ao
fim de x horas do regime de adaptabilidade e, quando estão a chegar a esse número de horas, a empresa já
não os chama para trabalhar.
É este o registo que a Sr.ª Deputada tem de modernidade, de sucesso? É haver mais exploração, é ter os
trabalhadores a trabalhar dias a fio, sem qualquer respeito pelos seus direitos?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria das
Mercês Soares.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Sr. Presidente, agradeço à Sr.ª Deputada do Partido Comunista,
Paula Sá…
Vozes do PCP: — Santos!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Peço desculpa. Agradeço à Sr.ª Deputada Paula Santos a
gentileza que teve em colocar esta questão e de a personalizar, até, em duas empresas do distrito por onde fui
eleita, e tenho muito gosto por isso.
Mas a Sr.ª Deputada, a meu ver, porque o banco de horas tem limites, ao referir aqui estas duas situações,
dizendo que estão a contratar ad aeternum, está a demonstrar uma situação de ilegalidade.
Vozes do PCP: — É a realidade!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Ora, se está a demonstrar uma situação de ilegalidade, essa
ilegalidade tem de ser fiscalizada pela ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho).
O Sr. João Oliveira (PCP): — Então, o PSD está de acordo com estas situações?
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Não é o PCP que apoia o Governo, que não manda a ACT
fiscalizar?! Não é?!
Protestos do PCP.
Então, Sr.ª Deputada, volte-se para o seu lado esquerdo, está pertinho, e peça ao Partido Socialista para lhe
responder; é melhor, porque tem mais oportunidade de lhe dar a resposta.
Em relação ao banco de horas e àquilo que entendemos e defendemos, não querendo fugir à questão que
colocou, quero dizer que tudo se deve centrar no diálogo, na concertação…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Está à vista o resultado do diálogo!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — … entre entidade empregadora e trabalhadores, ao contrário do
PCP, para o qual os empregadores não passam de pessoas más, que exploram, que são execráveis e que
destroem. Não, Sr.ª Deputada, essa dicotomia, não existe para nós.