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6 DE ABRIL DE 2018

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O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Por fim, é preciso fazer uma revisão de fundo do modelo de apoio às

artes considerando as opiniões e os contributos do setor. É preciso criar um novo modelo de apoio às artes que

encare o trabalho artístico e cultural como fator de desenvolvimento do País, atribuindo à cultura o papel e o

lugar que a Constituição da República lhe reserva.

Em nossa opinião, há condições para avançar, incluindo na definição do novo modelo.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, se não se importa, vou

começar pelo fim.

O novo modelo, que foi agora aplicado, esteve durante quase dois anos em preparação. Quando houve a

discussão pública, quando houve a publicação do Decreto-Lei, quando o regulamento esteve em audição

pública, porque é que quem acha este modelo mau não apresentou, na altura, as críticas e não propôs

alternativas?

O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas apresentou!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Essas alternativas não foram apresentadas e este concurso foi aberto com base

no novo modelo.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Foram apresentadas alternativas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Neste momento, como tudo o que é novo, merece ser avaliado. Foi testado,

merece ser avaliado! Se, pura e simplesmente, anulássemos este concurso, isso significaria um atraso brutal

nos apoios às companhias…

Aplausos do PS.

… e, além de mais, seria ilegal e prejudicaria diretamente não só as 140 entidades, que, logo na primeira

lista, beneficiaram de apoio, como as novas 43, que, com este alargamento da cobertura orçamental, vieram

também a ser beneficiadas.

Deu-me um exemplo de aplicação errada do regulamento. No que diz respeito ao concurso do teatro, ainda

está a decorrer o período de audição dos interessados, ou seja, a lista não é definitiva e, por isso, essa

companhia não só pode como, eu diria mesmo, deve reclamar e ver a sua posição alterada pelo júri, porque é

para isso que serve o período de audição prévia e é isso que está a decorrer.

Agora, a questão de fundo é que, neste momento, temos de estabilizar a situação, pois já estamos numa

fase muito adiantada do ano e não podemos adiar mais a continuação do pagamento às companhias e às outras

entidades. É necessário assegurar essa estabilidade e depois, serenamente, poderemos avaliar este modelo.

Seremos os primeiros a aceitar alterar o modelo se se vier a demonstrar que há um outro melhor.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Foram apresentados outros modelos!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O debate poderia ter sido feito na altura própria. Não foi, acabou! Vamos fazê-

lo agora, muito bem! Vamos é estabilizar isto porque senão todo o setor cultural ficará paralisado.

Não queria deixar, de qualquer forma, de acrescentar que não tivemos o resultado orçamental do ano

passado à custa do que quer que seja! Tivemos o resultado orçamental do ano passado apesar de ter havido

um aumento de 25% no investimento, de ter havido um aumento de 5% no conjunto da despesa com a saúde,

de ter havido a introdução das 35 horas, de termos acabado com a sobretaxa, de termos reposto integralmente

o vencimento dos salários, de termos reposto integralmente o pagamento das pensões, de termos pago, até,