I SÉRIE — NÚMERO 68
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arrendamento iria aumentar de tal forma a oferta que esse mercado mágico iria criar habitação acessível para
todas e todos os portugueses.
Ora, aquilo que nós verificámos foi que, infelizmente, tínhamos razão e que a sua legislação não criou
nenhuma habitação acessível.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — A legislação do trabalho criou tantos postos de trabalho como a sua legislação
de arrendamento criou habitação acessível para os portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para formular perguntas, o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, na semana passada, ficámos a
saber que, em 2017, o Governo teve uma situação orçamental melhor do que tinha previsto e que, em vez de a
utilizar para resolver problemas urgentes do País, utilizou-a para reduzir o nível do défice, ainda mais do que já
tinha decidido reduzir.
Em vez de resolver os problemas graves que continuam a existir nos serviços públicos, na falta de
profissionais e de meios de saúde, na educação, na justiça, nas forças e serviços de segurança, em vez de fazer
investimento público, que é necessário para recuperar barcos, comboios, salas de operações, instalações em
escolas ou universidades, o Governo decidiu levar ainda mais longe a obsessão com a redução do défice e as
situações no apoio às artes e ao Novo Banco voltaram a confirmar que continua a faltar dinheiro para muita
coisa, mas para a banca é que nunca falta!
Aplausos do PCP.
Tratemos primeiro da questão do apoio às artes. Já muito foi dito, mas, para nós, para o PCP, a situação que
está criada exige medidas em três planos diferentes: primeiro, é preciso o reforço orçamental; segundo, é preciso
rever as decisões deste concurso de apoio às artes para evitar que se concretizem os prejuízos que estão
anunciados; terceiro, é preciso fazer uma revisão de fundo do modelo de apoio às artes.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O reforço orçamental que o Governo veio anunciar é o reconhecimento
dos erros cometidos, mas não é suficiente para resolver o problema que está criado. A base da qual tem de se
partir para evitar a destruição das estruturas artísticas e do seu trabalho tem de ser a base orçamental de 25
milhões de euros e o PCP já apresentou uma proposta nesse sentido.
Em segundo lugar, as decisões tomadas neste concurso têm de ser revistas, quer na elegibilidade das
candidaturas, quer nos valores dos apoios atribuídos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — As decisões dos júris e o procedimento deste concurso têm de ser
revistos.
Dou-lhe um exemplo, Sr. Primeiro-Ministro: uma companhia de teatro no Porto, querendo resolver os vínculos
precários de dois trabalhadores, foi excluída do apoio por causa disso. Eis o exemplo concreto de que isto não
está bem.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exato!