I SÉRIE — NÚMERO 68
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Se tiver, aliás, em conta o aumento da receita sem as contribuições para a segurança social, verificará que
a carga fiscal diminuiu continuadamente desde 2015 até agora.
A diferença do aumento da receita explica-se essencialmente por algo positivo chamado «emprego». Quando
alguém que está desempregado passa a estar empregado, passa a contribuir para a segurança social. Sim,
aumenta a tributação para o Estado! Mas aumenta a tributação para o Estado porque esse alguém ganhou um
emprego e hoje tem um posto de trabalho.
Aplausos do PS.
Gostava que a Sr.ª Deputada, um dia, me apresentasse alguém que prefira estar desempregado a ter
emprego e contribuir para a segurança social e para a formação da sua reforma.
Aplausos do PS.
Sei que havia uma direita antiga, mas que certamente já não é a sua, que achava que grande parte da
população eram uns mandraços que não queriam trabalhar e que preferiam estar no desemprego do que a
trabalhar e a contribuir para a segurança social.
Pois não é essa a minha visão da sociedade. Sei bem que o trabalho é um elemento essencial à dignidade
da pessoa humana e não há ninguém que não tenha vontade e desejo de se realizar, pessoal e
profissionalmente, com um posto de trabalho.
Aplausos do PS.
Por isso, Sr.ª Deputada, não estamos a tributar mais os portugueses. Os portugueses hoje ganham mais e,
por ganharem mais, contribuem mais para a segurança social. Estão menos desempregados e mais
empregados e, por isso, contribuem mais para a segurança social. É por isso que a receita tem aumentado e é
por isso que, felizmente, a receita vai continuar a aumentar.
Aplausos do PS.
Quanto à reforma laboral, é conhecido, desde o Programa do Governo, o que é que pretendemos fazer, e
agora isso até já está apresentado na concertação social: dinamizar a contratação coletiva, designadamente
acabando com o banco de horas individual e forçando a haver a regulamentação do banco de horas na
contratação por negociação coletiva e, por outro lado, o combate à precariedade, com o conjunto de medidas
que já há pouco enunciei na resposta que dei ao PS.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em relação aos números,
aconselho que revisite os números do INE (Instituto Nacional de Estatística) onde se diz que a carga fiscal
aumenta, mesmo sem considerar as contribuições para a segurança social.
Protestos do PS.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Mesmo sem as considerar!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Lamento que o Sr. Primeiro-Ministro, quando não sabe ou quando
quer desviar o tema, venha fazer teoria geral e queira fazer um comício nesta Casa,…
Aplausos do CDS-PP.