I SÉRIE — NÚMERO 95
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O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Em 2017, o Estado ficou igual, as autarquias é que subiram!
O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — Relativamente aos serviços públicos, nas justificações que
apresentaram para os falhanços das suas previsões referiram o alto nível de cativações.
Queríamos salientar um aspeto: nunca este Governo teve taxas de cativação tão altas como no vosso
Governo, que chegou a ter taxas de cativação de 50%, 60%, 70% na lei do Orçamento do Estado.
Queríamos também destacar que a despesa dos serviços, em 2016, aumentou, enquanto que,
contrariamente, durante o vosso Governo, diminuiu, foi cortada. Portanto, não podem invocar o argumento das
cativações quando comparam aumento responsável e razoável da despesa, em 2016, com um corte abissal da
despesa durante o vosso Governo.
Relativamente ao Serviço Nacional de Saúde, queríamos destacar que, neste espaço de três anos, a despesa
do SNS já aumentou mais de 1000 milhões de euros, tendo sido repostos os máximos pré-troica. Sim, durante
o vosso Governo, houve um corte muito acentuado na despesa do Serviço Nacional de Saúde, que estamos a
reverter!
Finalmente, queríamos também referir que a obtenção dos objetivos orçamentais é fundamental para o País,
fundamental para a credibilidade e fundamental também para assegurar que vamos reduzindo a dívida,
preocupação já aqui referida, pagando menos juros, e para que o que pagamos menos em juros possa vir a
financiar o Estado social, importante para todos os portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado Paulo Trigo Pereira, pediu a palavra para que efeito?
O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — Para interpelar a Mesa sobre a condução dos trabalhos, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra.
O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — Sr. Presidente, há pouco, quando concluí a minha intervenção, olhei para
o quadro eletrónico e vi que faltavam 3 segundos para terminar o tempo de que dispunha. Antes de sair, sinalizei
ao Sr. Presidente que faltavam 2 segundos, o que, penso, indicaria que eu teria vontade de voltar a intervir.
É certo que a direção da minha bancada não o comunicou à Mesa, mas registo que o Sr. Presidente, depois
da última intervenção, passou imediatamente a palavra ao Sr. Secretário de Estado para encerrar o debate, sem
sequer dar a possibilidade de o fazer a quem podia intervir, que, neste caso, era só o Grupo Parlamentar do
Partido Socialista.
Portanto, não pondo em causa a legitimidade da intervenção do Sr. Presidente, devo dizer que estou um
pouco desiludido com esta condução dos trabalhos.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Fica registada a sua desilusão, Sr. Deputado.
Terminada a apreciação da Conta Geral do Estado de 2016, passamos à discussão, na generalidade, da
proposta de lei n.º 119/XIII (3.ª) — Estabelece o regime jurídico da segurança do ciberespaço, transpondo a
Diretiva (UE) 2016/1148.
Para apresentar a iniciativa, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.
A Sr.ª Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa (Maria Manuel Leitão Marques): — Sr.
Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Creio que, nesta Assembleia e na sociedade em geral, ninguém terá dúvidas
sobre a crescente importância das redes e dos sistemas de informação na sociedade atual. A sua fiabilidade,
resiliência e segurança são hoje fundamentais para a prossecução de atividades económicas e socias no setor
público e no setor privado.
É, por isso, necessário que essas redes e esses sistemas sejam defendidos eficazmente de incidentes de
segurança, cuja frequência no mundo em geral tem vindo a aumentar.
É este o propósito da Diretiva (UE) 2016/1148, que esta proposta de lei, que hoje trazemos ao Parlamento,
visa transpor.