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I SÉRIE — NÚMERO 96

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O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, chegámos ao fim do debate do primeiro ponto da agenda.

Vamos passar ao debate preparatório do próximo Conselho Europeu, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo

4.º da Lei de Acompanhamento, Apreciação e Pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do Processo

de Construção da União Europeia, sobre os diversos instrumentos de governação económica da União Europeia

que integram o Semestre Europeu, assim como a discussão e aprovação do relatório anual, enviado pelo

Governo, Portugal na União Europeia — 2017, nos termos previstos nas alíneas b) e d) do n.º 1 do artigo 4.º da

mesma Lei.

Para abrir o debate, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Pouparei, nesta intervenção, a tolerância

de tempo que o Sr. Presidente me concedeu no primeiro debate, desde logo porque não referirei, uma vez que

já tive oportunidade de referir, os dois pontos centrais do Conselho, que são a reforma da zona euro e o quadro

financeiro plurianual.

No que diz respeito às migrações, estamos seguramente longe da situação dramática da crise de 2015. É

uma matéria que, como sabemos, tem sido profundamente divisiva mas que é central para a afirmação do futuro

da União Europeia.

Quanto a Portugal, mantemo-nos firmes relativamente aos valores que sempre defendemos e com uma

postura de responsabilidade e de solidariedade, como temos afirmado e como tive oportunidade de desenvolver

há pouco enquanto respondia à Sr.ª Deputada Catarina Martins.

Outro tema fundamental é o do comércio. É essencial que a União Europeia reafirme a importância da

manutenção do sistema multilateral de comércio internacional e contribua para reforçar o funcionamento dos

mecanismos da OMC (Organização Mundial do Comércio), particularmente quando alguns parceiros, como os

Estados Unidos da América, atuam de uma forma unilateral e contrária às regras próprias da Organização

Mundial do Comércio.

Ao mesmo tempo que o devemos fazer nesta base multilateral, também devemos prosseguir a negociação

dos acordos bilaterais, sobretudo com o Mercosul, que é de particular importância para o futuro da economia da

União Europeia.

Por fim, gostaria de referir que a questão da inovação digital é central para o desenvolvimento da economia

europeia, da ciência, da inovação e, por isso, o próximo quadro financeiro plurianual deverá ter uma importante

cobertura de forma a podermos reforçar as condições de investimento da Europa na economia digital.

Aplausos do PS.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José de Matos Correia.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar do PSD deseja distribuir o tempo de que dispõe

por duas intervenções.

Para proferir a primeira intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rubina Berardo.

A Sr.ª RubinaBerardo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Secretários de Estado, Srs.

Deputados: Ainda sobre a negociação do próximo quadro financeiro comunitário, houve uma questão que não

ficou muito clara nas sucessivas rondas do debate quinzenal, tendo-se notado o silêncio do Bloco de Esquerda

em matéria de defesa do interesse nacional, pelo que aguardamos com expectativa a intervenção por parte

daquele partido sobre esta matéria — nota-se que a União Europeia é boa para bater e para fazer números

mediáticos desde que os fundos comunitários cheguem, mas saber como se chega à negociação desses fundos

é irrelevante.

Sr. Primeiro-Ministro, houve 13 Estados-membros que ganharam ou mantiveram os seus envelopes nestas

negociações, e Portugal perdeu. Temos de repetir esta questão: afinal de contas, com o Brexit, isto é, com a

saída do Reino Unido, os envelopes financeiros não deveriam ter caído para todos?