I SÉRIE — NÚMERO 12
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Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para um último pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Pedro Mota
Soares, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias, pelo PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, registámos
com muito interesse e com muita atenção essa exegese crítica sobre a remodelação governamental da parte de
um partido com especial propriedade sobre a matéria, que é o partido da famosa «demissão irrevogável».
O Sr. António Filipe (PCP): — É verdade!
O Sr. João Azevedo Castro (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Antes de mais, queríamos sublinhar que, sendo uma constatação do que é
óbvio, importa sempre relembrar que a remodelação do Governo é da estrita decisão do Primeiro-Ministro, mas
para o PCP, para além da perspetiva pessoal de cada membro do Governo e de como ela se traduz nas
respetivas pastas ministeriais, o que é determinante é a política do Governo. Com ou sem remodelação, o que
verdadeiramente importa é que a política do Governo dê resposta aos problemas que estão colocados ao País.
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora, essa resposta continua a ser adiada em áreas decisivas, de que são
exemplo as questões ligadas à vida e aos direitos de quem trabalha, à afirmação do nosso desenvolvimento
soberano e a uma efetiva valorização dos serviços públicos, nomeadamente nestas áreas que são decisivas
para a nossa economia. Mas o que é evidente é que em todas estas matérias, quando se decide sobre estas
questões, quando alguém diz «mata», o CDS e o PSD dizem «esfola» e todas as opções políticas que o PSD e
o CDS levaram a cabo, seja na área da energia, seja em todas as outras áreas da governação, foram de
subserviência aos interesses dos grupos económicos e de empobrecimento da imensa maioria dos portugueses.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Por isso, mais uma vez, sublinhamos com toda a clareza que o essencial são
as opções políticas, são os interesses que se defende, são as decisões políticas concretas. E aí, convenhamos,
Sr. Deputado, o vosso historial fala por si, mesmo quando o tema é sobre nomeações para as entidades
reguladoras.
Diz o Sr. Deputado: «Isto é um escândalo! Um Deputado que sai da bancada parlamentar e vai para uma
entidade reguladora». O Sr. Deputado descobre um caráter eliminatório ou um impedimento que, antes, não via.
Aliás, nós sempre sublinhámos que a atividade política e o exercício de cargos políticos não podem ser um fator
impeditivo ou um fator de impedimento de um cidadão que fica diminuído nas suas capacidades para exercer
estas funções, mas o que é verdade é que em 2011 uma Deputada do PSD estava na Assembleia da República
e poucos meses depois estava na Entidade Reguladora para a Comunicação Social!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — É mentira!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, terminou o tempo. Tem de concluir o seu pedido de
esclarecimento.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Relembro a recomendação da Assembleia da República que foi desrespeitada pelo Governo ao nomear para
a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) alguém que vinha da ANA-Aeroportos.
Para terminar, Sr.ª Presidente, queria deixar uma referência que não pode deixar de ser feita: é curioso que,
em relação aos prejuízos, resultantes da intempérie, com o corte de energia às populações, o Sr. Deputado