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I SÉRIE — NÚMERO 12

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Mas quero dizer-lhe mais: os senhores tiveram responsabilidades, os senhores estiveram no Governo, mas

não assumem as consequências das vossas políticas e isso é que é estranho! Façam a justeza de assumir as

responsabilidades das políticas do vosso Governo.

O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Dias (PCP): — Será com outros olhos que os portugueses olharão para a política do País!

Aplausos do PCP.

Mais: a Sr.ª Deputada não ouve o PCP.

A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Ai não?!

O Sr. João Dias (PCP): — Disse que ouviu, mas as explicações estavam bem claras na declaração política.

A senhora não ouviu, porque se tivesse ouvido e se ouvisse o PCP aprenderia coisas importantes, mas a

senhora não ouve, por isso não aprende que é diferente investir no agronegócio e não investir na pequena

agricultura familiar.

Protestos do CDS-PP.

É a agricultura familiar genuína que defende a produção nacional e a soberania nacional, mas a senhora não

está preocupada com a soberania nacional! A senhora está preocupada, porque, para si, é mais barato importar

do que produzir e as consequências estão aí: a perda da economia com consequências para o défice

agroalimentar.

Aplausos do PCP.

Protestos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Vamos prosseguir com as declarações políticas.

Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para permitir o acesso de

navios de maior porte ao Porto de Setúbal, estão previstas dragagens no estuário do Sado.

Não é, evidentemente, a primeira vez que se fazem dragagens no Sado, mas estas implicam, agora, uma

maior intensidade e volume — 3,5 milhões de m3 numa primeira fase —, para permitir a entrada de navios com

12 m de calado.

Na área envolvente à área de intervenção do projeto, existem zonas sensíveis como a Reserva Natural do

Estuário do Sado, a Zona de Proteção Especial para aves do estuário, o Sítio Ramsar, também importante para

um conjunto de aves, o Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha e demais áreas do Parque Natural da Arrábida.

Há algumas semanas, o Partido Ecologista «Os Verdes» trouxe esta matéria das dragagens do Sado ao

debate com o Primeiro-Ministro. Nessa altura, fomos bem claros na manifestação de uma grande preocupação,

designadamente em relação ao impacto dessas dragagens em alguns elementos naturais que têm uma grande

relevância, como a comunidade de golfinhos residente no estuário do Sado e, também, as praias da Arrábida.

A verdade é que, por exemplo, em relação aos roazes corvineiros, o estudo de impacte ambiental reconhece

que existem impactos negativos significativos sobre o grupo de golfinhos, embora temporários. Porém, para uma

comunidade com a sensibilidade destes cetáceos, não é relevante afirmar-se que os impactos são temporários,

porque, nesse hiato de tempo, pode afetar-se, de forma muito séria, esta riqueza biológica do Sado.

Esta preocupação agrava-se ainda mais quando é do conhecimento público que foi encomendado pelo

Estado um estudo, com a duração de sete anos, a uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro, que