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25 DE OUTUBRO DE 2018

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Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Depois, chegamos à quarta fase, quando diariamente vamos

conhecendo mais factos, mais contradições, todas elas perturbadoras,…

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Ainda nem sequer começaram o inquérito e já estão nas conclusões!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … que é a fase em que o Governo se limita a dizer: «Vamos substituir

o Ministro? Substituímos ou demitimos os protagonistas, o Ministro da Defesa e o Chefe do Estado-Maior do

Exército — não sabemos bem —, e então está tudo resolvido». Não, não está, Sr. Presidente, não, não está,

Srs. Deputados!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Façam já o relatório!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Portugal e o Governo português, em nome de Portugal, garantiram à

NATO e à União Europeia que tinham recuperado material de guerra letal que, afinal, pelos vistos, não

recuperaram. Ora, isso, só por si, daria uma comissão de inquérito, mas tudo o que foi um desencadear de

irresponsabilidade, leveza e ligeireza torna esta comissão de inquérito, como disse no início, inevitável e até

exigível num Parlamento que se preze.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Peixoto, do Grupo

Parlamentar do PSD.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O «caso Tancos» constitui um dos

mais alarmantes sinais, infelizmente mais um, da degradação do Estado nas áreas de soberania.

Em questões essenciais de segurança e em pilares fundamentais da estrutura do País, quem tem tido a

responsabilidade máxima dos seus destinos tem agido com a responsabilidade mínima.

Politicamente, não há ninguém que não reconheça a esta trama um assunto muito grave, que atingiu o

coração das prestigiadas Forças Armadas, em especial o Exército, e até afetou a dignidade dos portugueses.

Esperava-se, por isso, que o Ministro da Defesa e o Primeiro-Ministro atuassem com rapidez e agissem com

elevação e sentido de Estado.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Mas não, o Governo abandalhou-se — esta é a palavra, é forte mas é esta!

Fingiu, durante muito tempo, que não era nada com ele, não mexeu uma palha, desvalorizou a questão,

como já aqui foi dito, comportou-se com leviandade institucional e tratou um assunto de importância extrema

com uma simplicidade suprema.

A forma trapalhona como, a seguir, geriu o assunto foi surreal e até perigosa, pois dirigiu um autêntico míssil

à credibilidade do Exército. Senão, veja-se: numa primeira fase, também já aqui foi lembrado, o Ministro da

Defesa demitido veio dizer que não sabia o que se tinha passado; num segundo ato, veio dizer que afinal até

poderia nem ter havido furto; numa terceira fase já veio dizer que, afinal, houve furto mas as armas furtadas

eram menos do que aquelas que tinham sido anunciadas; num último suspiro disse que afinal as armas que

apareceram eram mais do que aquelas que tinham sido roubadas. E foi assim, literalmente com os pés, que o

Governo tratou o assunto.

É claro que o Primeiro-Ministro podia ter emendado a mão do Ministro da Defesa, mas não foi isso que fez.

O Primeiro-Ministro, depois de reunir com as chefias militares em São Bento, assegurou, e cito, que o Ministro

da Defesa tinha toda a sua confiança para o exercício das funções. Um mês depois, veio dizer, algo ufano, que,