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30 DE OUTUBRO DE 2018

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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Há o País político que anuncia alterações às idades das reformas

antecipadas e à sua metodologia — ainda ninguém percebeu como nem porquê — e há portugueses, alguns

sem qualquer outro rendimento, que esperam mais de seis meses pela sua pensão de velhice.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Há o País político que jura baixar impostos e os portugueses que

pagam o contrário quando vão às bombas de gasolina.

O Sr. António Filipe (PCP): — Então, onde é que ficamos?

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do

Governo: Este Orçamento do Estado não vira a página da austeridade, mascara-a e não prepara o futuro, adia-

o.

Se há uma obsessão no Orçamento do Estado para 2019, ela é a de tentar que António Costa ganhe, pela

primeira vez, umas eleições legislativas, nem que para isso volte a colocar o País em risco.

Não fosse a obsessão do Dr. António Costa consigo próprio, hoje poderíamos ter menos carga fiscal, mais e

melhor crescimento económico, mais e melhores serviços públicos, um território mais justo e mais equilibrado.

Fossem os portugueses a obsessão do Dr. António Costa e hoje não estávamos novamente a falar dos riscos

que este Orçamento traz para o futuro de Portugal.

Fosse Portugal a vossa preocupação e o Orçamento do Estado não era isto.

Isto, Sr. Primeiro-Ministro, é muito poucochinho! Isto é uma carga fiscal no máximo para serviços públicos

nos mínimos! Isto é uma total ausência de estratégia para o crescimento sustentado! Isto é uma verdadeira

oportunidade desperdiçada sem consolidação e sem ambição! Isto é eleitoralismo sem visão de futuro! Isto é

«umbiguismo» político!

Por tudo isto, por causa disto e porque é o contrário disto que nós queremos, pode o País contar com o PSD,

mas o Governo não!

Aplausos do PSD, com Deputados de pé.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Inscreveram-se dois Deputados para pedir esclarecimentos ao Sr.

Deputado Hugo Soares.

Tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Soares, aquilo que é poucochinho é a

intervenção que aqui nos traz hoje,…

Risos e protestos do PSD.

… porque, no auge da incoerência a que o PSD nos tem habituado, consegue dizer, ao mesmo tempo, que

não há consolidação das contas públicas, mas que a consolidação das contas públicas é feita à conta dos

serviços públicos e da míngua do Serviço Nacional de Saúde.

Protestos do PSD.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ah, pois é!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Aliás, referiu e citou a mesma incoerência noutras ocasiões como, numa

bem recente, em que disse, como conclusão desta reflexão, que Portugal parou no tempo. E perguntamo-nos:

Portugal está igual àquilo que estava no tempo de Passos Coelho, no tempo em que o seu partido governava?