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I SÉRIE — NÚMERO 18

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Nesse caso, significa que este Governo faz o mesmo que o seu partido fez quando estava no Governo, ou

seja, consolidar as contas públicas à conta dos serviços públicos,…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Dos salários…

Protestos do PSD.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … dos salários, das pensões, dos direitos laborais. Nesse caso, o que

esperaríamos seria que o PSD votasse a favor. Ou, então, o Sr. Deputado deixou-se turvar pelas saudades que

tem dos tempos passados…

O Sr. António Filipe (BE): — Ficou parado no tempo!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … e das saudades que tem da troica. É que, na verdade, o País avançou,

o País avançou muito em relação aos tempos em que Passos Coelho governava com o programa do PSD, o

programa do CDS e o programa da troica. O País avançou tanto que o PSD ficou desorientado. É que o PSD,

sim, está parado no tempo!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!

Protestos do PSD.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Por estar desorientado, não sabe o que há de dizer. Não pode dizer que o

Orçamento é despesista porque o PSD sonha com o défice zero, com que também sonha o Sr. Ministro das

Finanças,…

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … mas não pode dizer que é austeritário porque sabe bem o que é um

orçamento austeritário — aprovou quatro, contra o Tribunal Constitucional.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Não, doze orçamentos!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sabe bem o que são orçamentos que cortam salários e pensões e, portanto,

sabe distingui-los do Orçamento que temos aqui hoje.

O PSD sabe que nenhuma destas versões é verdadeira — nem o Orçamento é despesista, nem o Orçamento

é austeritário—, mas vai alternando as mentiras para ver se alguma delas cola, porque sabe perfeitamente que

está desorientado.

Perante este Orçamento, só há duas críticas possíveis: a de quem acha que o Orçamento pode ir mais longe

no investimento e nos direitos e a de quem acha que o Orçamento foi longe de mais na recuperação dos direitos

e do investimento.

O PSD, perante isto, não se encontra numa encruzilhada, o PSD está num beco! É que tudo aquilo que

disseram que era impossível aconteceu, uma maioria que disse que era impossível aconteceu para fazer aquilo

que o PSD disse que seria o Diabo e que melhorou a vida dos portugueses e das portuguesas sem criar um

armageddon financeiro. Portanto, perante o beco em que se encontra, a única saída que o PSD encontra é

andar para trás.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Estamos à espera do voto do Passos!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Andar para trás significaria reconhecer que o PSD sempre quis ir para além

da troica, foi para além da troica e, mesmo sem troica, continua a querer cortar os salários, as pensões, continua

a querer que a precariedade seja a regra no trabalho, continua a querer que a privatização e as concessões a