I SÉRIE — NÚMERO 18
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se viu, da qual não desistem? A quem não devolveriam os salários? Até onde teriam levado o bloqueio ao
crescimento, ao aumento do salário mínimo? Quantos mais milhares de portugueses mandariam emigrar? Quem
ficaria para trás em nome da estratégia reconhecidamente caduca do Governo do PSD e do CDS, de direita,
que os portugueses rejeitaram?
Aquilo que sabemos hoje, e que também sabíamos em 2015 e quando foi desenhado este caminho, é que,
sim, existe uma alternativa à direita. Existe uma alternativa que assenta em tudo aquilo que este Governo tem
feito: devolver rendimentos, estimular a economia, apoiar os mais fracos, subindo o salário mínimo, subindo as
pensões, subindo o abono de família e alargando o âmbito da prestação social de inclusão.
Existe um caminho que dá esperança e alento ao País e que mobiliza para um futuro melhor, para continuar
a crescer. Durante dois anos e meio — e até o INE vir dizer que isso não era verdade —, foi impossível
demonstrá-lo, mas agora é possível demonstrar que, em 2016, a economia cresceu mais do que em 2015, ou
seja, cresceu 1,9%, e cresceu mais em 2017, ou seja, 2,8%. E esteve sempre em convergência com a zona
euro. Aliás, nesse período ainda se conseguiu que todas as agências de notação retirassem Portugal do rating
de lixo.
Ainda assim, hoje, continua a apregoar-se o eleitoralismo e a carga fiscal. O eleitoralismo, porque o PSD
quer fugir das suas opções políticas e, qual lobo vestido de cordeiro, não diz onde, como e quais as escolhas
que faria, apenas diz que quer tudo para todos. Por um lado, quer o défice zero, por outro, quer todos os
investimentos e mais alguns mas, ao mesmo tempo, não sabe muito bem como é que conciliaria tudo isto.
A par disso, tenta lançar a confusão aos portugueses quando alega uma excessiva carga fiscal. Ora, a carga
fiscal representa, neste quadro, aquilo que os portugueses sabem: sabem que não são mais taxas e impostos
mas sim mais rendimentos, mais salários, mais e melhores empregos e respetivas contribuições e, com isso, o
cumprimento do compromisso eleitoral do PS para com os portugueses ao devolver os cortes dos salários que
os senhores implementaram durante a vossa governação.
Sim, os portugueses estão melhor, vivem melhor e querem continuar a viver melhor. O Governo e os
portugueses fazem isso em parceria, sem eleitoralismos, com um orçamento conservador, prudente, tal e qual
como os anteriores e, por isso, foi possível fazer quatro orçamentos e não doze. Cientes das dificuldades sempre
estivemos, mas procurando dar um futuro melhor ao nosso País, investindo nas pessoas e na qualidade de vida
das pessoas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Queremos saber é em quem vota o Passos.
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Ao PSD cabe, agora, ser sincero e transparente e, por uma vez, dizer aos
portugueses onde pretendem cortar. Na saúde, retirando os 1000 milhões que o Governo do PS repôs do corte
que anteriormente tinham feito? Ou nos mais de 500 milhões de euros que o SNS vai receber em 2019? Ou
pretendem cortar na sustentabilidade da segurança social? Ou no abono de família, que beneficia cerca de 130
mil crianças por ano que, só nos três primeiros escalões, beneficiaram de aumentos anuais entre os 850 € e os
1300 €? Ou, já agora, no complemento solidário para idosos ou na gratuitidade dos manuais escolares, que
questionou da tribuna? Por tudo isto, aqui fica o desafio: sejam sinceros com os portugueses, assumam as
vossas escolhas. Digam aquilo que pensam!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, queria agradecer as perguntas e os comentários que
teceram à minha intervenção.
Queria começar por responder à Deputada do Partido Socialista, Jamila Madeira. Diz a Sr.ª Deputada — e
bem— que «Portugal cresce há 19 trimestres consecutivos». Se a Sr.ª Deputada fizer as contas, sendo 19
trimestres consecutivos, ora veja lá quando é que começou o crescimento económico!
Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.