30 DE OUTUBRO DE 2018
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privados sejam a regra dos serviços públicos. O PSD quer andar para trás para acabar, para terminar aquilo que
começou e que não conseguiu terminar quando se formou esta maioria parlamentar.
Protestos do PSD.
Pergunto-lhe, Sr. Deputado: olhando hoje para o País com aquilo que já foi possível fazer de reversão de
cortes e de recuperação de rendimentos, de aumento de pensões, tudo aquilo que este Orçamento garante, o
que é que não tem futuro? É uma receita requentada de austeridade — aquilo que o PSD quer, mas não tem
coragem de apresentar porque sabe que o País já sabe que é possível outro caminho — ou é aquilo que este
Orçamento representa, um sinal de futuro? Este Orçamento ainda não é aquele que gostaríamos de ter mas,
pelo menos, é um sinal de derrota da direita e de derrota das ideias da troica, que são aquelas que o PSD
defende mas não tem coragem para apresentar ao País.
Aplausos do BE e de Deputados do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Jamila Madeira, do PS, para um pedido
de esclarecimento.
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados, ouvir o Sr. Deputado Hugo Soares coloca-nos sempre a dúvida sobre se este discurso não fará mais
mossa ao PSD, em concreto à bancada do PSD, …
Risos e aplausos do PS.
… do que, propriamente, a quem pretendia agredir, que era o Governo e o PS. Ao ouvir este discurso do
Deputado Hugo Soares, ficamos na dúvida se é a AR TV ou se é a RTP Memória!?
De facto, aquilo que o Sr. Deputado aqui disse foi uma tentativa de regressar e de voltar atrás, o que, de
facto, não é possível. Nem os portugueses querem nem nunca perdoariam, nem ao PS, nem a quem quer que
esteja no Executivo, que se voltasse atrás, aos tempos que o Sr. Deputado Hugo Soares tentou ali dizer que
foram bons. Os portugueses não esquecem e não querem voltar atrás.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quero é saber em quem é que vota o Passos!
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Mais, fala-se em défice de 0,2% e, quando se discute 0,2%, tem-se uma total
ausência de consciência em relação ao que se está a falar. Então, não é uma coisa absolutamente marginal?
Quando estávamos a discutir o primeiro Orçamento deste Governo, em 2016, não diziam que o Diabo iria levar
todas as empresas para fora de Portugal, que iriam fugir, que não haveria investimento, que não haveria
crescimento económico? Ora, Portugal cresce consecutivamente há 19 trimestres e em convergência com a
zona euro.
Aplausos do PS.
Um crescimento que representou uma recuperação de 16% da riqueza produzida em Portugal, um aumento
do rendimento disponível das famílias de 18%, um alívio fiscal que permite, hoje, aos portugueses terem menos
1000 milhões de encargos em termos de impostos. Tudo isto com contas certas, com menos 7500 milhões de
défice do que em 2015, tudo efetuado de forma responsável, com contas certas. Isto são factos! Isto é assim
visto de qualquer prisma!
Mas ouvindo hoje, e passados todos estes anos, o PSD, bem como algumas das propostas que foram
ventiladas hoje, aqui, e que à partida surgirão na especialidade, urge perguntar o que pretendem. Quais os
setores que sacrificariam em nome da obsessão pela tal estratégia de austeridade e empobrecimento que, como