29 DE NOVEMBRO DE 2018
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Passamos ao Mapa VII — Despesas dos serviços e fundos autónomos,
por classificação orgânica, com especificação das despesas globais de cada serviço e fundo.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Graça, do PS.
O Sr. Luís Graça (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, neste ano, o PSD
voltou — é sempre por esta altura do Orçamento — com a mesma ladainha do costume sobre o Algarve, a de
que não há investimento na região do Algarve.
Dizem isso no Algarve, mas, curiosamente, depois, não concretizam com propostas no Parlamento.
Dizem que o orçamento da cultura será menor, mas é falso. Vai crescer 2,8% em relação a 2018, ao qual
deverá acrescer ainda 1,5 milhões de euros do programa 365 Algarve.
Dizem que as instituições sociais não terão apoios comunitários, mas é falso. Ainda dentro de dias, será
aberto um aviso do PO Algarve para as IPSS (instituições particulares de solidariedade social).
Mas não é só falso, é também hipócrita, porque escondem que foi o presidente do PSD/Algarve, então
presidente da CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional), a definir as prioridades do PO
Algarve e a deixar um valor muito residual para a área social.
E dizem que a saúde vai ter menos dinheiro no Algarve, o que também é falso. Primeiro, porque com esta
alteração ao Mapa VII, o Grupo Parlamentar do PS garante que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve vai
ter mais verba neste ano do que teve em 2018. E também porque a proposta de Orçamento do Governo já
previa mais 8 milhões de euros para a ARS Algarve comparativamente com o ano anterior.
Isto é, temos uns Deputados do PSD a dizer uma coisa em Lisboa e outra em Faro. Já estamos habituados
a que digam algo e façam o seu contrário.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Membros do Governo,
todos os anos a indústria farmacêutica retira do mercado medicamentos que são essenciais às pessoas. Retira-
os, não por não serem eficazes, mas porque deixaram de ter interesse comercial. Valeram pouco, rendem pouco,
já não dão a margem de lucro que a indústria farmacêutica quer e, portanto, retiram-nos do mercado, provocam
rotura de stock,prejudicam as pessoas.
O Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos, em Portugal, tem capacidade para fazer a
produção desses medicamentos. Precisa, no entanto, de investimento, e é isso que o Bloco de Esquerda propõe
na alteração a este mapa: o reforço em 16,75 milhões de euros do Laboratório Militar para poder fazer o
investimento de que necessita, para poder produzir os medicamentos de que a população em Portugal necessita.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado José Carlos Barros, do PSD.
O Sr. José Carlos Barros (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, falou-
se aqui do investimento para o Algarve e, de facto, o que acontece, mais uma vez, no Orçamento do Estado não
é exclusivo do Algarve, é um problema de investimento nos serviços públicos que conhecemos e que é
generalizado mas, especificamente no caso do Algarve, é óbvia sobretudo esta diferença entre os anúncios de
milhões de investimentos que têm sido feitos na região e a realidade.
O serviço ferroviário entrou praticamente em colapso, com os algarvios a verem passar os comboios; a saúde
está numa situação dramática, com menos 20 milhões de euros de investimento para o Centro Hospitalar
Universitário do Algarve; não há investimento nas zonas portuárias.
Este é, portanto, o retrato real do que este Orçamento do Estado prevê para o Algarve.