O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 DE DEZEMBRO DE 2018

35

É essa que, desde há três anos, insistimos que é a prioridade. Insisto: a ponte a estabelecer no quadro

financeiro plurianual com o instrumento de apoio às reformas pode e deve ser uma base de trabalho que o

Eurogrupo pode e deve ter em conta.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rubina Berardo.

A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro: No

Congresso Socialista Europeu que ocorreu no passado fim de semana, o PS vendeu-se aos seus camaradas

europeus como «a estrela entre os socialistas europeus».

Sr. Primeiro-Ministro, também não é difícil ser estrela num universo de somente cinco governos, a maioria

minoritária, dentro da União Europeia, como é o caso de Portugal.

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ainda bem que começou mal!

A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Nesta ação de marketing, omitem, claro está, o verdadeiro estado de sítio

que se vive em Portugal, fruto das vossas promessas quebradas.

Este Governo tem sido a causa de greves sistemáticas, de comboios em caos, de bombeiros e professores

revoltados, da paralisação dos portos…E a lista continua.

É a isto que chama «estrela socialista», comparado com outros socialistas europeus, Sr. Primeiro-Ministro?

Vendem-se lá fora como tendo virado a página da austeridade, mas os cidadãos vivem a realidade caótica

de um Governo campeão das cativações, que quer bater o pé à Europa, mas que quando está à frente do

Eurogrupo manda recados à política orçamental portuguesa.

Já existia o filme Kramer versus Kramer. Agora existe Centeno versus Centeno, à melhor maneira

portuguesa, uma espécie de «Olívia patroa» e «Olívia costureira».

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — «Conseguimos!» — anunciou o Presidente do Eurogrupo, com pompa e

circunstância, após 18 horas de negociação sobre a suposta reforma da zona euro. Para já, se fosse

efetivamente uma reforma da zona euro, seria bem-vinda. O PSD tem repetidamente advertido para a

necessidade dessa reforma.

Se fosse efetivamente uma reforma, não demoraria seis anos a efetivar o mecanismo de salvaguarda do

Fundo Único de Resolução.

Se fosse efetivamente uma reforma, o Mecanismo Europeu de Estabilidade seria transformado num

verdadeiro Fundo Monetário Europeu, capaz de apoiar uma gestão mais eficiente das dívidas soberanas.

Se fosse efetivamente uma reforma, estaríamos perante a finalização do terceiro pilar da União Bancária,

através do Mecanismo Comum Europeu de Garantia de Depósitos, mas ao invés, cria-se — surpresa! — um

grupo de trabalho para aprofundar o trabalho técnico, que significa, na prática, marinar na gaveta.

Se fosse efetivamente uma reforma, havia capacidade orçamental para a zona euro e para promover a

convergência, a competitividade e a estabilização, mas o Presidente do Eurogrupo disse, timidamente, que não

foi alcançada uma visão comum.

São demasiados ses, Sr. Primeiro-Ministro, para secundar a pompa e a circunstância do Presidente do

Eurogrupo. Não estamos perante uma verdadeira reforma da zona euro!

Sr. Primeiro-Ministro, no próximo Conselho Europeu vai ser mais ambicioso do que o Dr. Mário Centeno,

Presidente do Eurogrupo? Como diz o Sr. Primeiro-Ministro, a esperança é a última a morrer… Ou vai repreender

o seu Ministro das Finanças pelos reparos que o Dr. Centeno fez ao plano orçamental e aos riscos identificados

pelo Eurogrupo? Ou, quem sabe, vai repreender o Presidente do Eurogrupo por mandar recados a Portugal?