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I SÉRIE — NÚMERO 31

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Mas descansem, Srs. Deputados, porque aquilo que temos de discutir aqui é o que melhor salvaguarda os

utentes, não é o que melhor salvaguarda os grupos económicos que, tantas vezes, aqui vêm representar e por

quem, tantas vezes, aqui vêm falar.

Aplausos do BE.

É preciso uma separação clara entre o público e o privado, sem dúvida nenhuma, por muito que custe ao

PSD e ao CDS-PP.

Lemos a proposta apresentada pelo Governo e dizemos que é ambígua, que não chega! Por isso,

perguntamos ao Partido Socialista se, agora, no tempo do Parlamento e na discussão no Parlamento sobre a

lei de bases, está disponível para deixar claro que o privado é meramente complementar do público.

Queremos clarificar esta proposta: não é cooperação, é complementaridade; não é relação de cooperação,

é relação de complementaridade.

A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — O que interessa são as pessoas!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — É preciso eliminar as parcerias público-privadas e, por isso, perguntamos ao

Partido Socialista, se, agora, que é o tempo do Parlamento para fazer a discussão sobre a lei de bases, está

também disponível para clarificar o que diz a proposta do Governo.

É que diz-se nessa proposta que a gestão é pública — e estamos de acordo —, mas, logo a seguir, abre-se

um parêntesis a dizer que pode, supletiva e temporariamente, ser atribuída a privados, o que não nos parece

que faça grande sentido, porque a gestão é pública — ponto!

Estas são, neste momento, as questões fundamentais a que o Partido Socialista deve responder.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Jamila Madeira.

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr. Presidente, quero, antes de mais, agradecer ao Sr. Deputado Ricardo

Baptista Leite e ao Sr. Deputado Moisés Ferreira as perguntas que me colocaram.

Esta proposta de lei é uma síntese do apoio generalizado dos portugueses ao Serviço Nacional de Saúde e,

portanto, é bom que fique claro o seguinte: os portugueses, sejam de esquerda ou de direita, manifestaram, e

têm manifestado de forma veemente, que querem um Serviço Nacional de Saúde forte, estruturado e bem

apoiado nas dinâmicas que a sociedade hoje precisa.

Aplausos do PS.

A ideia da génese do Serviço Nacional de Saúde é a de um serviço universal, geral e tendencialmente

gratuito, e é nessa mensagem que esta lei de bases se sustenta. É uma boa lei de bases e, para fazer e para

desempenhar, verdadeiramente, esse bom papel de lei de bases, deve ser um denominador comum, e é isso

que vamos construir aqui no Parlamento.

Assim, ao Sr. Deputado Baptista Leite, que, apenas, se preocupou em perceber as suas falhas — o que já

não é um sinal pouco positivo, coisa que não foi feita no Governo do PSD —, tendo-se limitado a apontar aquilo

que ainda não foi feito no Governo do Partido Socialista (mas lá chegaremos!), aquilo que queremos dizer é que

quem vier que venha por bem e venha defender o Serviço Nacional de Saúde, que venha trabalhar connosco a

posição que os portugueses querem, sejam de esquerda ou de direita. Enfim, que venha defender o Serviço

Nacional de Saúde. Esta é a mensagem e este é o nosso dever.

Aplausos do PS.

Esta lei apresenta-se como aquela que defende as margens deste rio, que é o interesse dos portugueses,

que as delimita e, supletivamente, assume que existirão outras propostas de lei, outros elementos mais voláteis,