14 DE MARÇO DE 2019
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Porventura, houve iniciativas que baixaram por benevolência dos outros partidos que não propriamente do
CDS e o problema é que os projetos de lei não amadurecem pelo facto de ficarem nas comissões à espera de
uma nova apreciação.
Achamos que este é um direito que assiste ao CDS e votaremos as iniciativas por aquilo que elas valem do
nosso ponto de vista. Portanto, votaremos a favor daquilo que concordarmos e votaremos contra — e nestes
projetos apresentados pelo CDS há matérias das quais discordamos — aquilo que discordarmos. Cada um
assumirá a sua responsabilidade. É assim que deve funcionar a Assembleia da República.
Relativamente às iniciativas que aqui anunciou, creio que são válidas quaisquer contribuições que possam
ser dadas para uma discussão que é necessário fazer, e continuar, sobre as melhores soluções legislativas em
matéria de violência doméstica, que é, evidentemente, um crime grave e que nos preocupa a todos.
O PCP apresentou, ainda muito recentemente, um projeto de lei que visa o reforço da proteção das vítimas
de violência doméstica. Portanto, todas as iniciativas são bem-vindas.
Não que deva haver um concurso de ideias sobre soluções para o problema da violência doméstica, porque
isso normalmente não costuma dar bons resultados — não estou a dizer que é isso, acho que as contribuições
são bem-vindas para serem discutidas —, mas a Sr.ª Deputada anunciou algo que, à partida, nos causa alguma
estranheza, que é o facto de ter considerado o crime de ameaça como crime público.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.
O Sr. AntónioFilipe (PCP): — Termino, Sr. Presidente.
O CDS que apresente as iniciativas e nós cá estaremos para as discutir com toda a boa-fé.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Vânia Dias da
Silva.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Filipe, muito obrigada pelas
suas perguntas.
Sr. Deputado, começava por dizer-lhe que confunde lamúria com inércia.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — O que aqui vim fazer foi um exercício de denúncia da vossa inércia
e, Sr. Deputado, devo dizer-lhe mais: passaram-se 377 dias e 2 minutos sem que o Sr. Deputado tivesse dito
absolutamente nada em matéria de justiça.
Vozes do CDS-PP: — Zero! Zero!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Na área da justiça, os senhores apresentaram, aqui, «zero»!
Sr. Deputado concentra-se sempre em questões de forma e nunca em questões de conteúdo. Já no debate
de há um ano foi exatamente a mesma questão: ou porque os projetos foram apresentados tarde demais, ou
porque não tinham tido tempo… Sr. Deputado, teve 377 dias e, ainda assim, continua a não apresentar
absolutamente nada em matéria de justiça.
Era fundamental que o fizesse, era fundamental que todos viéssemos aqui não para fazer um concurso de
ideias, Sr. Deputado, pois não é disso que se trata, mas para pôr em cima da mesa as nossas propostas e, com
o consenso de todos, chegarmos às melhores políticas possíveis. Era isso que fazia falta, Sr. Deputado.
De resto, gostaria de dizer-lhe, também, que o CDS não tem nenhum problema em ter baixado a iniciativa à
comissão sem votação e, agora, pedir a sua votação novamente.
Vozes do PCP: — 377 dias!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Os Srs. Deputados usam isso como um estilo de vida, nós sabemos.
Para calarem a vossa clientela têm sempre de fazer aqui o vosso número.