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I SÉRIE — NÚMERO 61

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O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo, do CDS-PP.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Vasconcelos, gostaria de colocar este

debate na realidade, porque o Sr. Deputado João Vasconcelos falou de uma realidade que não existiu, ontem,

na reunião da Comissão de Defesa.

Quem não quer ser esclarecido, não está interessado na verdade nem em detalhes que podiam apurar essa

mesma verdade é o Bloco de Esquerda. Aliás, estava presente a Lusa, Agência de Notícias, e recomendo aos

Srs. Jornalistas ouvirem a gravação dessa mesma audição porque foram feitas propostas pelo Partido Social

Democrata, pelo PS e pelo CDS para se ouvirem outras entidades antes dos ministros. E o que é que disse o

Bloco de Esquerda? Disse «não», quis colocar o seu requerimento a votação nesses mesmos termos, que foi

chumbado por causa disso, e depois avançou com o agendamento potestativo.

Sr. Deputado, não deixa de ser curioso que o Bloco de Esquerda, em quatro anos desta Legislatura, das

duas vezes que pode usar o agendamento potestativo em comissão tenha sido exclusivamente por causa da

gestão da EMPORDEF, como se não houvesse outros assuntos mas importantes para serem debatidos em

agendamentos potestativos.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não, porque o que vocês querem é calar!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Bem sei que os Srs. Deputados não querem falar da saúde, nem dos

transportes, nem do estado da arte em que está o País, isso nós bem sabemos. Serve à vossa agenda de

mistificação. Esta intervenção do Sr. Deputado João Vasconcelos foi uma mistificação.

Por outro lado, como foi aqui dito pelos meus colegas, isto em muito a ver com o mau perder do Bloco de

Esquerda. Como a OGMA dá lucro, funciona e é um exemplo de produtividade na mão de uma empresa privada,

isto para o Bloco de Esquerda põe em causa todos os seus pensamentos sobre o privado ser mau.

Sr. Deputado, como os Estaleiros Navais de Viana do Castelo — que não foram privatizados, foram extintos

e foi entregue uma concessão a uma empresa privada — estão a funcionar, estão a laborar, têm mais

trabalhadores do que tinham antes, têm lucro,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — … fabricam navios e barcos entregues a tempo e a horas, e isso põe em

causa a vossa visão ideológica, inventam este esquema para tentar rebater essa realidade.

Bem sei que isto é um problema ideológico, não é a verdade e os Srs. Deputados não estão nada

interessados nisto, querem é abrir uma frente ideológica contra esta opção dos Estaleiros Navais.

E, Sr. Deputado, também há manipulação do que aqui foi dito pelo Presidente da Comissão Liquidatária da

EMPORDEF, manipulação, repito, porque ele não disse muitas das coisas que foram aqui mencionadas pelo

Sr. Deputado João Vasconcelos.

Para terminar, Sr. Deputado João Vasconcelos, pergunto-lhe: ouviu aquilo que eu ouvi? Sr. Deputado, vou

ler o que ele disse, na parte refente a estes temas: «Para além das contas, os Estaleiros Navais de Viana do

Castelo alertaram para uma descativação nas contas de gerência de 2017 da EMPORDEF de 35 milhões». E

frisou: «não fui eu que pedi nem o Ministro da Defesa». O Sr. Deputado não acha isto um escândalo?!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.

E mais: «quiseram meter no orçamento da EMPORDEF 12 milhões de euros e eu disse que não, que não

devíamos nada a ninguém». O Sr. Deputado não acha isto esquisito?

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Nós pedimos o Ministro!