8 DE JUNHO DE 2019
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comprometimento e reconhecimento para com a relevância dos nossos ex-combatentes na sociedade
portuguesa.
Termino, Sr. Presidente, relembrando o grupo de trabalho da Comissão de Defesa Nacional, que tem
acompanhado estas matérias especificas, onde poderemos, com o concurso dos diversos grupos
parlamentares, ampliar o consenso desejável, centrado no diálogo com a Liga dos Combatentes, com a
Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) e com outras associações de mérito — cujos
representantes, que saúdo, se encontram aqui hoje connosco —, assegurando que, no que cabe ao Estado,
nunca venha a faltar o apoio, o auxílio e o respeito pelos antigos combatentes ao serviço de Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Passamos à intervenção do PSD, para a qual tem a palavra o Sr.
Deputado Luís Pedro Pimentel.
O Sr. Luís Pedro Pimentel (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: A
iniciativa que aqui debatemos hoje, apresentada pelo Governo, visa aprovar o estatuto dos antigos combatentes,
reconhecendo os serviços que estes prestaram à pátria, desde as campanhas militares que decorreram entre
1961 e 1975, mas também, em período posterior, integrados nas forças nacionais destacadas nas missões da
Organização das Nações Unidas (ONU), da Aliança Atlântica (OTAN — Organização do Tratado do Atlântico
Norte) e da União Europeia. E importa salientar aqui que este reconhecimento inclui também os ex-militares
oriundos do recrutamento local nas ex-colónias.
Para o PSD, este reconhecimento deve ser inequívoco e abrangente, não deixando a possibilidade de ficarem
por resolver quaisquer situações passíveis de aqui se enquadrarem, de forma a evitar que, no futuro, tenhamos
a necessidade de estar a mexer novamente neste assunto.
Tal como o Governo afirma, também o PSD considera que, tendo em conta os serviços prestados por todos
os militares em condições de serem abrangidos por esta iniciativa legislativa, o reconhecimento que se faz com
a consagração deste estatuto é um verdadeiro dever da pátria em relação a todos estes homens e mulheres.
Independentemente das avaliações históricas ou políticas que possamos fazer das diversas campanhas
militares ou missões em que estes cidadãos participaram, a verdade é que o fizeram em nome do Estado
português e em defesa dos interesses definidos por quem governava Portugal em cada um desses momentos.
A criação deste estatuto, do ponto de vista do Grupo Parlamentar do PSD, não visa legitimar qualquer
campanha militar mas, sim, reconhecer o esforço e a dedicação de todos estes homens e mulheres que
defenderam o nome de Portugal.
Esta iniciativa consagra alguns instrumentos já desenvolvidos pelo Ministério da Defesa Nacional e propõe a
criação de alguns outros tendo em vista «apoiar o envelhecimento digno» dos antigos combatentes, tendo em
conta as necessidades que estes têm atualmente.
Mas, como foi já apontado pela Liga dos Combatentes, é importante passar para além das meras intenções,
não adiando no tempo a tomada de decisões e prevendo a consagração de novos direitos neste plano.
Assim, parece evidente que esta iniciativa, caso não venha a ser melhorada em sede de especialidade, corre
o risco de nada acrescentar de concreto ao que já existe para os antigos combatentes, ao não prever quaisquer
medidas reais que reflitam o apoio e a solidariedade para com estes militares.
Assim, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, o PSD afirma aqui hoje que
continua totalmente disponível para continuar a trabalhar no grupo de trabalho que especificamente foi criado
para este efeito, mostrando-nos, assim, totalmente empenhados, para, de forma construtiva, na especialidade,
com as outras forças que têm assento parlamentar e com o Governo, ser possível encontrar um estatuto para
os antigos combatentes o mais consensual possível e que vá ao encontro das aspirações de todas as
associações que representam o universo destes militares.
É para nós, PSD, claro que este estatuto não pode ser um instrumento que continue a gerar controvérsia e
polémica, mas deve ser antes uma fórmula que permita congregar todos aqueles que dele irão beneficiar em
torno de algo que é mais do que justo ser-lhes atribuído pelo Estado português.
Estes militares merecem, acima de tudo, que lhes reconheçamos tudo aquilo a que têm direito pelo que
deram das suas vidas em nome da pátria e por Portugal.