I SÉRIE — NÚMERO 1
22
São necessários mais meios e mais investimento por parte do Ministério da Educação, para que os
municípios não fiquem com mais este encargo e, sobretudo, para que não se instale a desigualdade de
condições nas escolas de todo o País.
Por isso, Sr.ª Deputada, não considera que é também necessário garantir de forma urgente os apoios às
crianças com necessidades educativas especiais, em particular? Não considera que as situações de crianças
com particulares dificuldades, seja por razões económico-sociais, seja por razões de saúde,…
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente. Como dizia, não considera que as situações dessas crianças devem ter um tratamento apropriado para lhes
garantir o direito a estarem na escola sem qualquer discriminação?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Tiago Estevão Martins, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Joana Mortágua, sabemos que, de facto, este é um ano letivo particularmente complexo, um ano muito exigente, que, obviamente,
nos convoca para um equilíbrio muito difícil entre a saúde e o direito à educação.
A verdade é que, sem ignorarmos os riscos, é nosso entendimento que o regresso ao ensino presencial,
apesar de todas as dificuldades, está a iniciar-se da forma mais tranquila possível. Hoje, todas as escolas estão
preparadas e informadas sobre como proceder para evitar infeções em ambiente escolar, mas também sobre
como agir em caso de infeção. Por isso, se há algo que não aconteceu, de facto, foi o Governo ter andado atrás
do prejuízo.
Dito isto, é importante que reconheçamos também que a exigência da situação nos obriga a uma vigilância
permanente e evidencia a necessidade de estarmos atentos e de procurarmos melhorar continuamente a nossa
resposta. É também natural que, como a Sr.ª Deputada teve oportunidade de proferir, todos nós queiramos mais
recursos para a escola pública.
Mas, no nosso entender, é muitíssimo importante que, neste debate, possamos evidenciar dois factos que
não foram evidenciados: primeiramente, há mais recursos disponíveis, há mais professores, há mais técnicos e,
em segundo lugar, este foi o concurso de colocação de professores que ocorreu de forma mais atempada nos
últimos anos. Estes aspetos são muitíssimo relevantes para que possamos encontrar a confiança necessária
para este ano letivo muitíssimo difícil que temos pela frente.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Muito bem!
O Sr. Tiago Estevão Martins (PS): — Assim, gostava de terminar com uma questão muito concreta: Sr.ª Deputada, não reconhece que, apesar de todo o trabalho que temos de continuar a fazer para robustecer a
escola pública, existem, de facto, mais meios e houve, este ano, um esforço real para a colocação atempada de
docentes?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Mortágua.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, queria saudar as Sr.as Deputadas Paula Santos e Mariana Silva, pois partilhamos este nosso investimento político na defesa da escola pública. Imaginemos nós o que
seria se a educação das crianças, em Portugal, dependesse de uma rede privada, como sempre defendeu a
direita, de uma rede de cheque-ensino, com escolas em layoff, a fazer despedimentos.