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I SÉRIE — NÚMERO 2

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Lone Star e há suspeitas de fraude na gestão do contrato com o Estado. E, por isso, só há uma coisa a fazer:

investigar essas suspeitas, com independência e em defesa do interesse público, denunciar esse contrato e

recuperar o controlo do Novo Banco.

Quanto aos Deputados que aqui enchem tantas vezes a boca…

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, chamo a sua atenção para o tempo utilizado.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Termino, Sr. Presidente. Como estava a dizer, quanto aos Deputados que aqui enchem tantas vezes a boca para falar de dogmatismo

ideológico — como se o Sr. Deputado do Iniciativa Liberal ou o PSD, o CDS e o PS não tivessem uma ideologia,

não defendessem uma ideologia nesta matéria —, que raio de dogmatismo ideológico é esse que faz com que

continuem a insistir numa venda, quando está à frente dos olhos que essa venda foi ruinosa e que a manutenção

na esfera pública era uma melhor opção?!

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Era!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Que raio de dogmatismo é esse que vos impede de ver as opções que melhor defendem o interesse do Estado?!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que apoiaremos os dois projetos que estão em cima da mesa.

Por último, deixo uma palavra de saudação aos trabalhadores do Novo Banco, porque acho que merecem e

não têm responsabilidade por aquilo que as administrações fizeram.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado André Silva, do PAN.

O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Novo Banco tem custado demasiado dinheiro aos contribuintes e tem lesado o interesse público com uma falta de pudor que raramente tínhamos

visto.

Nos últimos anos, o Lone Star tem feito o que quer, com uma gestão de autêntico abutre, focada no prejuízo

e sempre com olho nas injeções de dinheiro público. Banco de Portugal e Fundo de Resolução assistem

impávidos e o Governo do Partido Socialista, sem pensar duas vezes, passa cheques em branco de injeções de

muitos milhões.

No pico da crise imobiliária, o Lone Star vende uma carteira de imóveis de nome «Viriato», com um prejuízo

de 159 milhões de euros, numa operação assessorada pela Alantra, cuja responsável era um alto quadro de

Ricardo Salgado e ex-membro do Governo PSD/CDS. Banco de Portugal e Fundo de Resolução nada fizeram

e o Governo limitou-se a passar o cheque. Tivemos até o Partido Socialista a dizer — imaginem só! —, pela voz

de João Paulo Correia, que os imóveis tinham sido vendidos ao preço de mercado e que era errado falar em

venda ao desbarato. Curioso como agora, que se «chora sobre leite derramado», vemos o Partido Socialista

mudar de posição. Mas mais vale tarde do que nunca, Srs. Deputados!

O que mais preocupa os cidadãos neste momento é se, perante estes abusos do Novo Banco, vamos ver

novas injeções de dinheiros públicos no próximo ano e, pior, se vamos ver concretizado um cenário em que o

Novo Banco, à boleia da crise sanitária, receberá uma injeção ainda maior do que a prevista nos acordos de

venda.