I SÉRIE — NÚMERO 2
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o combate à precariedade e a promoção e manutenção, na crise do desemprego que enfrentamos, do emprego
de qualidade, com direitos; o reforço significativo do abono de família e da sua majoração; o reforço dos apoios
nas despesas escolares, desde logo na mais pesada, a dos manuais escolares; a redução do custo das creches;
a redução dos custos das propinas, com o reforço da ação social escolar no ensino superior; a promoção do
arrendamento acessível; o lançamento de mais uma geração do PARES (Programa de Alargamento da Rede
de Equipamentos Sociais), destinado ao aumento dos lugares nas creches; a política fiscal no apoio direto às
crianças, às famílias e aos mais jovens, no início da sua vida profissional; a promoção da conciliação entre a
vida profissional, familiar e pessoal; a realização de um novo inquérito à fecundidade, sete anos depois do último,
para um diagnóstico mais atual da evolução demográfica em geral e dos obstáculos à parentalidade em
particular.
Ignorar ou desvalorizar a evolução que temos feito, nesta Assembleia, no País, na adoção de políticas de
família e de apoio à natalidade, por vezes por unanimidade, em algumas medidas de política de família, como
as que aprovámos na última Legislatura, é um erro que o PSD e o CDS cometem nas propostas que apresentam
e que o PS não pode deixar passar.
Aplausos do PS.
Volto a invocar o caso da França, utilizado num dos projetos como um exemplo a seguir, para perguntar o
seguinte: que indicadores de natalidade teria França hoje se, desde o século XVIII, estivesse constantemente a
pretender começar do zero, ignorando as políticas adotadas em cada um dos momentos passados?
Por outro lado, o CDS e o PSD — como já aqui foi dito — voltam a propor estudos e comissões de
acompanhamento, depois de vários estudos feitos, incluindo vossos, e de várias comissões de
acompanhamento, também propostas por vós.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, chamo a sua atenção para o tempo.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Srs. Deputados e Sr.as Deputadas do CDS, a família e o apoio à família não são, como afirmam nestes projetos, um tema tabu, e já não o são há muito tempo.
De igual modo, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas do PSD, as políticas de família que temos hoje em vigor já
assentam numa visão estratégica e coerente. Aconselho-vos a lerem o Programa do Governo.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, agradecia que terminasse.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente. É evidente que salientamos e reconhecemos uma certa mudança das vossas propostas de política de família
face ao que defenderam e implementaram entre 2011 e 2015, com consequências catastróficas para a evolução
da natalidade.
Protestos da Deputada do PSD Clara Marques Mendes.
Sr. Presidente, termino dizendo que a construção de um entendimento social e político de base forte quanto
às medidas de políticas públicas, para aproximarmos a fecundidade desejada da fecundidade realizada, é
importante.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, muito obrigado. Já ultrapassou em 1 minuto o tempo que lhe cabia.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Estamos disponíveis para isso, mas estas propostas do PSD e do CDS não são a resposta.
Aplausos do PS.