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I SÉRIE — NÚMERO 13

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o Bloco de Esquerda sobre isso, é a razão desta inflexibilidade, desta rigidez, desta alteração de agenda

político-partidária do Bloco de Esquerda, quando este Orçamento traz um conjunto de avanços e o Bloco de

Esquerda, perante esses avanços, considera votar contra e inviabilizar o Orçamento.

Digo-lhe mais, Sr.ª Deputada: no Orçamento do Estado para 2020 estava prevista uma transferência de

capital para o Fundo de Resolução e não foi por isso que o Bloco de Esquerda deixou de se abster, tal como

também se absteve, no Orçamento do Estado para 2020, com um excedente orçamental.

Apesar de tudo isso e apesar de este Orçamento prever o aumento da despesa pública, o aumento do

investimento público, uma nova prestação social, o aumento do salário mínimo, o aumento extraordinário das

pensões e um conjunto de outras medidas, como a suspensão da caducidade dos contratos coletivos de

trabalho, o combate ao trabalho temporário ilegal,…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira concluir, por favor.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — … a colocação de deveres de informação nas plataformas digitais — tudo matérias negociadas com o Bloco de Esquerda e estabilizadas nas conversações com o Bloco de

Esquerda —, apesar de tudo isso,…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — … o Bloco de Esquerda rasga as conquistas que fizemos até hoje…

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não minta!

O Sr. João Paulo Correia (PS): — … e está disponível para inviabilizar um Orçamento com avanços concretos para o País.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É assim que quer conversar?!

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, passamos à declaração política do Grupo Parlamentar do PSD.

Tem a palavra, para o efeito, o Sr. Deputado António Maló de Abreu.

O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O mundo e Portugal enfrentam, desde há largos meses, um dos maiores desafios de saúde pública das últimas décadas.

A pandemia de COVID-19 tem posto à prova os serviços de saúde e os seus profissionais, tem

pressionado os sistemas de proteção social, tem perturbado o quotidiano das pessoas, das famílias, da vida

em sociedade tal como a conhecíamos.

Estamos hoje perante realidades novas, tremendas, de dimensão, duração e consequências imprevisíveis.

Por isso, dizemos daqui a todos e a cada um dos portugueses: nunca desistam! Se desistirmos e

baixarmos os braços, uma só vez que seja, pode ser o bastante para falharmos. Nunca desista, pela sua

saúde! Pela nossa vida coletiva, nunca desista! Pela vida da nossa família, dos nossos amigos, dos nossos

vizinhos, dos nossos colegas, nunca desista!

Há um desígnio nacional para que estamos todos convocados: o de resistir, acreditar e nunca desistir.

Há, hoje, um dever de esperança e é precisamente por toda esta grave incerteza que cumpre aos

responsáveis e, desde logo, a quem nos governa prevenir cenários, calcular riscos e tomar atempadamente

medidas que acautelem o provável agravamento da situação sanitária do País.

Mas, em vez de tudo isto, o atual Governo navega à vista, ao sabor das circunstâncias, quando não em

marcha à ré ou em contramão, vestido de aparências e de conveniências partidárias, abrindo buracos para

tapar buracos, que é o mesmo que dizer «faz que anda, mas não governa nem sai do sítio».