I SÉRIE — NÚMERO 13
42
passa por criar uma lista tipificada para automatizar o acesso e integrar um profissional de saúde mental
nestas juntas médicas.
Gostava de aproveitar o momento para lhe fazer uma pergunta sobre um outro assunto, que se prende com
uma proposta que vem neste Orçamento do Estado, relativamente à integração de médicos aposentados no
SNS, garantindo a sua pensão e acrescendo-lhe 75%, de acordo com a categoria em que estes médicos se
encontrassem.
Tendo em conta o problema estrutural da falta de investimento numa estratégia de rejuvenescimento desta
classe e o problema que teremos daqui a 5 ou 10 anos, com a aposentação de outros profissionais, e
reconhecendo o PAN que profissionais com muitos anos de serviço têm, claramente, muitos conhecimentos
adotados, mas que, devido à sua idade, estão, também eles, no grupo de risco, gostaríamos de saber qual é,
no fundo, a posição do PSD em relação a esta medida.
Aplausos do PAN.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder a este primeiro grupo de pedidos de esclarecimento, o Sr. Deputado António Maló de Abreu.
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Sr. Presidente, quero agradecer, naturalmente, as perguntas feitas pelos Srs. Deputados Moisés Ferreira, Ana Rita Bessa e Bebiana Cunha, a que vou tentar responder o
mais concisamente possível.
Em relação ao Sr. Deputado Moisés Ferreira, tenho a dizer-lhe que, efetivamente, fiz uma espécie de
zapping, apesar de não ter ido tão longe quanto gostaria, porque tentei traçar o cenário catastrófico da
situação em que se encontra a saúde em Portugal. Tentei desenhar, mostrar, como está a situação, que é
demasiadamente grave para nos mantermos calados e para, muito menos, nos mantermos quietos.
Portanto, tratei de factos, não tratei da coreografia, como disse, e não falei por falar, anunciei factos
concretos. Os factos são estes e já falámos várias vezes sobre isto: os milhões de consultas presenciais que
foram adiadas, o milhão de consultas que foram adiadas nos hospitais, as 100 000 cirurgias que não foram
feitas e que estavam programadas, os 17 milhões de exames de diagnóstico e terapêutica que não foram
feitos. Há dados objetivos, não são dados inventados. Nós sabemos qual é a situação e é preciso agir!
Quando diz que o PSD não fez propostas, eu queria lembrar-lhe, pelo menos, dois momentos concretos.
Primeiro, logo em janeiro, o PSD pediu ao Governo que apresentasse, o mais rapidamente possível, um
plano de emergência…
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — … e o Governo só o apresentou em março. Nós estamos numa emergência contínua! É preciso agir rapidamente e o que temos visto deste Governo é que não age com a
rapidez necessária ao que a situação exige.
Depois, muito antes de começar a acontecer o que aconteceu nos lares, a situação dramática dos lares, o
PSD chamou a atenção e disse que era necessário atuar, era necessário ter um plano de contingência para os
lares e o que vimos, o que aconteceu, o que está a acontecer e o que há de continuar a acontecer é que este
Governo não tem mão na situação, perdeu a mão da situação.
A tradição, eventualmente, não é o que era. O PSD entende, em primeiro lugar, que é preciso investir mais
no Serviço Nacional de Saúde. Para nós, o Serviço Nacional de Saúde é o centro. É o centro! Mas também
dizemos, sem rebuço, sem nenhum problema ideológico, que, num momento destes — e muito mais num
momento destes —, é necessário apelar à cooperação do sistema social e do sistema privado,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — … sem medo, sem questões ideológicas à partida, e, portanto, há aí, eventualmente, algo que nos diferencia, que é a necessidade absoluta de darmos resposta.