I SÉRIE — NÚMERO 13
44
Sr. Deputado, sobre a parte inicial da sua intervenção, ela só o responsabiliza a si e a mais ninguém,…
O Sr. Adão Silva (PSD): — A ele e ao Grupo Parlamentar do PSD!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … fica consigo o que proferiu. Sobre o que efetivamente interessa, que é discutir as questões de saúde, sobre o que verdadeiramente
interessa, que é adotar as medidas para reforçar o Serviço Nacional de Saúde, para reforçar a sua capacidade
com mais meios e mais profissionais, não só para responder aos doentes com a doença COVID-19 mas
também para recuperar tudo aquilo que ficou por fazer e para continuar a acompanhar todos os utentes e
todos os doentes do nosso País, Sr. Deputado, tenho a dizer que, em maio, o PCP trouxe à Assembleia da
República uma proposta para um plano de emergência para o Serviço Nacional de Saúde.
Veja o que tinha esta nossa proposta: contratação de trabalhadores; conversão dos contratos de trabalho;
suplemento remuneratório para valorizar aqueles que estão nos serviços essenciais; valorização dos
trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde; reforço dos serviços de saúde ocupacional; reforço das equipas
de saúde pública; atribuição de médico e enfermeiro de família e aplicação de medidas excecionais e
transitórias para assegurar que todos os utentes tivessem médico e enfermeiro de família; reforço de meios
para a saúde mental; reforço do número de camas de agudos, de cuidados intensivos, de cuidados
continuados e paliativos; reforço da capacidade de diagnóstico e terapêutica.
Sabe porque é que trouxemos esta proposta? Trouxemo-la porque sabemos que é com mais meios que o
Serviço Nacional de Saúde pode ter a capacidade de tratar todos aqueles que agora têm a doença COVID e
tratar também todos os portugueses que continuam a ter todas as outras doenças que continuam a existir.
E o que fez o PSD perante uma proposta concreta para resolver problemas concretos? Votou contra. Votou
contra! Foi essa a emergência por parte do PSD! Quando já antevíamos que, com o aproximar do período de
inverno, muito provavelmente, a situação poderia agravar-se, o PSD, que vem aqui criticar, vem aqui contribuir
para a descredibilização do Serviço Nacional de Saúde, no momento de tomar medidas concretas para a sua
resolução, pôs-se de fora.
Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo algo que também é importante referir: nós não fomos confrontados
com duas hipóteses, ou seja, ou fica tudo na mesma ou transfere-se a prestação de cuidados para os grupos
privados. Não! Não são estas as hipóteses que temos em cima da mesa. Reconhecemos que o PSD e o CDS,
na altura em que governavam, também diziam que era tudo uma inevitabilidade, mas a verdade é que foi
possível recuperar rendimentos e foi possível recuperar direitos.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Aquilo que é necessário neste momento é o caminho que o PCP aqui propôs: o reforço do Serviço Nacional de Saúde, em vez de estar a canalizar recursos para os grupos privados
continuarem a lucrar à custa da doença e à custa da saúde dos portugueses. Aquilo que é preciso é ter um
Serviço Nacional de Saúde com mais meios e é por isso que o PCP se irá bater.
Aplausos do PCP e do PEV.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado António Maló de Abreu.
O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Sr. Presidente, quero agradecer às Sr.as Deputadas Joana Lima e Paula Santos as perguntas que fizeram.
Começando pela Sr.ª Deputada Joana Lima, quero dizer-lhe que nós não fizemos uma crítica, baseámo-
nos em factos — e contra factos não há argumentos, de facto!
Não fomos nós que dissemos, em tempos, que havia uma baixíssima probabilidade de o vírus chegar a
Portugal.
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Muito bem!