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I SÉRIE — NÚMERO 13

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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … pergunto qual será a ação da Presidência portuguesa relativamente àquilo que se passa na Bielorrússia e à possibilidade de, durante a nossa Presidência,

apoiarmos o povo da Bielorrússia a libertar-se daquilo que é uma ditadura que ainda existe em espaço

europeu.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A próxima intervenção cabe ao Sr. Deputado Nélson Basílio Silva, do PAN.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Nélson Basílio Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro: O Governo elencou, no debate da semana passada de preparação para o Conselho Europeu, e voltou aqui hoje a repetir,

algumas das prioridades da Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Uma dessas prioridades foi o combate às alterações climáticas, objetivo que o PAN sem dúvida aplaude,

combate esse que continua muito vazio de concretizações.

É que, apesar das diversas iniciativas proclamatórias ao longo dos anos, a verdade é que as ações que a

emergência climática exige teimam em não se tornar realidade.

Mas, Sr. Ministro, permita-me que o alerte para o ataque que o Acordo Verde Europeu está, neste

momento, a sofrer. Após, em maio passado, a Comissão Europeia ter anunciado o corte em 50% do uso de

pesticidas e a redução significativa do uso de fertilizantes sintetizados, antibióticos e um aumento exponencial

da agricultura orgânica, grupos de pressão liderados pela Bayer, através do grupo de lobby Copa-Cogeca,

estão a fazer uma tremenda pressão para que essa redução seja diluída de 50% para 25%, minimizando as

exigências pretendidas. Ao mesmo tempo, pretendem reduzir a aposta na agricultura biológica.

Sr. Ministro, como sabe, este plano do Acordo Verde Europeu é vital para atingir a neutralidade carbónica

em 2050. E, apesar de essa meta já estar em risco, decerto concordará com o PAN que não devemos desistir,

nem relaxar.

Tendo em conta a ameaça que constitui a pressão que determinados setores, no caso farmacêuticas, estão

a fazer, e também porque em Portugal não raras vezes o PAN tem denunciado o crescimento desses mesmos

setores em detrimento dos habitats naturais e do nosso bem comum — por exemplo, com o uso continuado do

glifosato, quer na agricultura quer na limpeza urbana —, pergunto-lhe qual vai ser a atitude da Presidência

portuguesa no Conselho da União Europeia em relação a esta matéria.

Vai ou não a emergência climática ser um fator realmente central no mandato da Presidência portuguesa

do Conselho da União Europeia, de forma eficaz e efetiva?

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem agora a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, do PEV.

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros: Em vésperas da Presidência portuguesa do Conselho, Os Verdes deixam algumas considerações, começando pela Lei

Europeia do Clima, que prevê, e bem, a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Mas, além das metas, que são importantes, os meios para alcançar essas metas são absolutamente

fundamentais, porque, sem meios, toda a doutrina de uma Europa mais verde acaba por cair por terra. E se,

para a União Europeia, o mercado vale mais do que o ambiente, como de resto evidencia o comércio de

emissões, está tudo dito. Ora, uma ação séria em matéria de alterações climáticas exige que o futuro das

pessoas e do planeta esteja acima do lucro.

Por outro lado, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, com a realização da Cimeira Social para o Emprego

Justo e o Crescimento, requer um impulso forte para dar uma resposta urgente e decisiva aos problemas

concretos, agravados pela pandemia.

O que é preciso é tirar ensinamentos desta crise e recuperar a vida das pessoas. Mais do que nunca, a

União Europeia tem de mostrar que se preocupa, de facto, com a dimensão humana.