O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

15 DE OUTUBRO DE 2020

77

Queremos saber quais os impactos desta obra na frota de pesca e na restauração de Matosinhos, um dos

locais de excelência de comércio de peixe, com um projeto a indiciar a deslocalização do porto de pesca não

se sabendo ainda para onde, quando e, efetivamente, para quê. Este é um rude golpe para o concelho e as

populações de Matosinhos, para a sua vida económica ligada à pesca e à restauração.

Acresce que a obra nunca deveria começar sem que antes se conheça quais são as manobras destes

grandes navios na atracação e largada, estando outros navios no terminal. No mínimo, devia haver um estudo

de simulação, dado que os próprios técnicos da APDL dizem não ser possível realizar tais manobras.

O estudo de impacte ambiental negligenciou, também, a quantidade de rocha a quebrar e a dragar: um

milhão e oitocentos mil metros cúbicos na zona de passagem dos navios.

Realizar esta obra pode significar uma derrapagem brutal de custos, perturbações no funcionamento do

Porto, prolongamento da obra muito para além do prazo, e são mais de 1200 camiões por dia.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira concluir.

O Sr. Alberto Machado (PSD): — Termino já, Sr. Presidente. Vários técnicos ouvidos, no período de discussão pública, pelas organizações e instituições locais apontam

para que a APDL não deve priorizar o prolongamento do quebra-mar antes de garantir, primeiro, a já hoje

necessária reformulação do terminal de contentores, questão fundamental para garantir o retorno do

investimento.

Neste cenário, o PSD entende ser essencial realizar os estudos em falta, para que se possa saber com

clareza e transparência quais os reais impactos ambientais e económicos desta obra.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A Mesa cometeu um lapso, porque não verificou que ainda havia tempo de intervenção para o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, que o quer utilizar, com toda a

legitimidade.

Tem, portanto, de novo, a palavra a Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola, para uma intervenção.

A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Ouvindo atentamente o Sr. Deputado Pedro Sousa, parece-me que as desculpas são várias mas que não existiu um acompanhamento,

apesar de ser de Matosinhos, assim tão concreto relativamente à obra e às alterações aos novos estudos

sobre o Porto.

O grupo de trabalho de acompanhamento não acompanhou assim tanto — até já foi referido que várias

reuniões não existiram — e a transparência não aumentou. Aliás, o próprio Grupo Parlamentar do Bloco de

Esquerda solicitou à administração da APDL o estudo de viabilidade económica e este não lhe foi facultado.

Apenas temos um estudo de impacte ambiental do novo terminal de contentores, que já deveria existir e ainda

bem que existe.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, queira concluir.

A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — O que este estudo não tem em conta é a quantidade cumulativa de impactos que têm os diferentes estudos de impacte ambiental. Se os somar, não querendo ser demagógica,

talvez tenham mais impacto na paisagem e nos recursos hídricos superficiais do que aquilo que veio dizer há

pouco.

De facto, negar as alterações climáticas não é progressista, é negacionista.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Havendo ainda 6 segundos para o Partido Socialista, o Sr. Deputado Pedro Sousa tem a palavra, para uma rápida intervenção.