I SÉRIE — NÚMERO 16
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Por isso, e em suma, o Bloco de Esquerda concorda com o sentido destas alterações. Haverá,
eventualmente, lugar para alguma afinação na especialidade, mas cá estaremos para que isso seja feito, pois
as propostas que são feitas merecem a nossa concordância.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria, naturalmente, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, começar por dizer que saudamos a Assembleia Legislativa Regional da Madeira
por esta proposta de lei que apresentou à Assembleia da República. Saudamos, particularmente, o conjunto
de contributos que, em concreto, esta proposta de lei dá para que possa resolver-se um problema cuja melhor
solução seria, pura e simplesmente, ser prevenido.
Diria que mais do que resolver problemas de prazos, ou alargá-los, ou encontrar forma para que estes
possam ser cumpridos, julgo que é importante, no funcionamento dos órgãos de soberania, seja a Assembleia
da República ou o Governo, que o respeito pelo direito à audição das Assembleias Legislativas Regionais e
dos Governos Regionais, enquanto órgãos próprios das Regiões Autónomas, seja concretizado como parte
integrante do respeito por qualquer diploma legislativo da República, que tem de ter, naturalmente, essa
consideração.
Portanto, diria mesmo que melhor do que estas soluções propostas pela Assembleia Legislativa Regional
da Madeira só mesmo o cumprimento e o respeito pelo direito de audições das Regiões Autónomas podem
ultrapassar este problema.
Queria também dizer que, na nossa leitura, o que é proposto pela Assembleia Legislativa Regional da
Madeira não nos merece objeção. O alargamento de prazos não justifica nenhuma objeção ou reparo, nem, de
resto, a previsão que se adianta de clarificação, relativamente às possibilidades quer de dilatação dos prazos
quer de encurtamento, ainda que, em relação ao encurtamento dos prazos, haja necessidade, de facto, de
afinar alguma coisa.
Queria apenas chamar a atenção dos Srs. Deputados para um processo que, ainda muito recentemente,
convocou a necessidade de uma audição urgente por parte dos órgãos próprios das Regiões Autónomas, que
foi o processo de declaração do estado de emergência, cujos pedidos de audição aos órgãos das Regiões
Autónomas careceram, naturalmente, de urgência. Diria que nenhum Sr. Deputado, na Assembleia da
República, reconhecerá que um prazo de cinco dias para dar um parecer sobre a declaração do estado de
emergência não será, provavelmente, consentâneo com a urgência daquela matéria. Há naturalmente, desse
ponto de vista, uma questão que poderá ser resolvida legisticamente, porque o regime do estado de sítio e do
estado de emergência consta de uma lei orgânica e uma lei ordinária há que ter em consideração o que dispõe
a lei orgânica relativamente ao estado de exceção.
De qualquer forma, este é apenas um aspeto sobre o qual julgo que há necessidade, de facto, de haver
uma consideração de algum afinamento nesta matéria, não suscitando, naturalmente, nenhuma objeção a esta
exigência feita na proposta de lei da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira de uma
exigência de fundamentação, na declaração do órgão de soberania, do motivo pelo qual é requerida a
urgência no pedido de parecer respetivo.
Portanto, Sr.as e Srs. Deputados, diria que, da parte do PCP, acompanhamos, no essencial, esta justa
reivindicação que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira traz à Assembleia da República
com esta proposta de lei. Estamos, naturalmente, disponíveis para contribuir para os melhoramentos que o
texto da lei necessita, para que a lei da República possa ser uma lei da qual resulta uma solução que, não
apenas em relação à Região Autónoma da Madeira, mas também em relação à Região Autónoma dos Açores,
possa ultrapassar os problemas identificados e que já foram referidos em intervenções anteriores.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, tem a palavra, visto que, evidentemente, ainda dispõe de tempo. Faça favor, Sr.ª Deputada.