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I SÉRIE — NÚMERO 19

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Mas, se há investimento, também há medidas efetivas de desagravamento fiscal. Por exemplo, será

eliminado o agravamento das tributações autónomas a micro, pequenas e médias empresas que, habitualmente,

não tinham prejuízos e que irão tê-los, forçosamente, por força da pandemia.

Serão, também, eliminadas as mais-valias dos imóveis aquando da transferência entre o património pessoal

e a afetação a uma atividade comercial, medida com particular significado no setor do turismo e, particularmente,

no alojamento local.

Nesta linha, inserem-se medidas como, por exemplo, o programa «IVAucher», que será uma despesa fiscal

e um efetivo estímulo à atividade económica em setores como o alojamento, a restauração e a cultura, através

da dedução do IVA pago e reinvestimento neste setor.

Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, falar de apoios às empresas neste Orçamento é também falar de novas

linhas de crédito, com garantias públicas para apoio ao financiamento das empresas; da prorrogação do prazo

das moratórias bancárias, até setembro de 2021; é garantir, como o Governo faz, que, em 2021, estará

disponível para manter os apoios à atividade empresarial, para preservar postos de trabalho e salvaguardar a

capacidade produtiva das empresas que continuem a ser afetadas pela crise pandémica.

Não será isto olhar para as empresas?

Vozes do PSD: — Não!

O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Economia, empresas e retoma económica são realidades que não dispensam o mercado interno. A questão que tem de se colocar é saber se, para o PSD, estímulos ao mercado

interno são ou não essenciais para a retoma económica. E, se o são, então não compreendemos a

desvalorização permanente que o PSD faz de medidas como, por exemplo, as do aumento do salário mínimo,

do aumento das pensões, do aumento do subsídio de desemprego, da redução do IVA da eletricidade, da

redução das tabelas de retenção de IRS, dos novos apoios sociais, dos benefícios nos passes sociais, nos

manuais escolares e nas creches. Todas estas medidas contribuem para um efetivo aumento do rendimento

disponível das famílias.

Sr. Ministro, os exemplos e as medidas concretas que acabei de referir são uma realidade deste Orçamento

do Estado. Portanto, a pergunta final que lhe coloco é a seguinte: como é que interpreta o discurso do PSD

sobre a falta de preparação ou falta de medidas para as empresas? Terá este discurso alguma aderência à

realidade? Não será mais uma narrativa do PSD, porque agora não pode dizer, de facto, ao que vem e não pode

dizer qual o seu verdadeiro programa? Programa esse que é aquele a que sempre nos habituou, ou seja, o

regresso da receita austeritária, os cortes nos salários e nas pensões e o aumento de impostos. Este é o

programa oculto do Partido Social Democrata.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Duarte Pacheco, do Grupo Parlamentar do PSD.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, após meses a cozinhar este Orçamento, o Sr. Ministro entregou-nos uma peça

orçamental que, outrora, podia ser conhecido como «Orçamento Limiano», mas agora, à pesca de apoios, penso

que poderemos apelidá-lo de «Orçamento Strogonoff», para ter o apoio dos camaradas do PCP, mas «vegan»,

para ter também o apoio do PAN,…

Risos do PSD.

… mostrando as qualidades de mestre Michelin do Prof. João Leão.

E, Sr. Primeiro-Ministro, este prato especial que nos trouxe é tão especial que ninguém consegue, com

justiça, perceber o que é que ele contém. É aquilo que nos diz o Conselho das Finanças Públicas ou a UTAO

(Unidade Técnica de Apoio Orçamental): falta de transparência, dados misturados entre medidas novas e

medidas antigas, para dificultar a leitura, um rol de anúncios que, como já aqui foi explicitado, no passado não