29 DE OUTUBRO DE 2020
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A Sr.ª Ministra deu-nos boa nota da existência desta medida — aliás, já em março o PAN a tinha proposto
—, mas gostaríamos, de facto, de obter uma clarificação desta norma, pois parece-nos que, em sede de
especialidade, deverá haver abertura para que esta norma seja trabalhada, uma vez que ela não é clara e,
parece-nos, traz aqui algumas injustiças, nomeadamente até para com técnicos auxiliares de saúde e
assistentes operacionais de saúde, ou administrativos, que também trabalham em contexto COVID-19. Portanto,
parece-nos fundamental haver essa abertura em sede de especialidade.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Lima, do Grupo Parlamentar do PS.
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Saúde, Dr.ª Marta Temido, ouvindo a Sr.ª Ministra todos nós percebemos que não omitiu que há algumas dificuldades, mas todos percebemos — os portugueses
lá em casa também perceberam — os avanços inigualáveis que tem havido no Serviço Nacional de Saúde com
o Governo socialista a liderar os destinos de Portugal.
Importa fazer um balanço dos últimos anos.
Durante o período da crise económica, o Serviço Nacional de Saúde esteve sujeito a uma forte pressão de
contenção da despesa, em que todos assistimos a um forte desinvestimento no SNS com efeitos nefastos para
os portugueses. Aliás, a direita deve ter bem presente no seu currículo este desinvestimento durante os quatro
anos em que esteve no Governo e que esta mancha não passará.
Com a entrada em funções, em 2015, do Governo socialista e com o apoio da esquerda essa tendência
inverteu-se e iniciou-se um ciclo de reforço financeiro afeto ao SNS. Prova disso são os reforços das dotações
iniciais do SNS nos sucessivos Orçamentos, onde se verificou um crescimento médio de 6% no período de
2015-2020, revertendo, assim, a tendência de decréscimo entre 2010 e 2015.
Estes reforços permitiram o aumento efetivo na despesa de cerca de 2300 milhões de euros entre 2015 e
2020, incluindo o previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2021.
No Orçamento do Estado para 2020 houve um reforço de mais 900 milhões de euros e mais cerca de 550
milhões no Orçamento Suplementar, ou seja, um total de cerca de 1500 milhões de euros. Como o BE e a Sr.ª
Deputada Catarina Martins se lembrarão, foi uma exigência do BE a dotação dos 900 milhões de euros, mas,
sem dúvida alguma, o Governo da República não só cumpriu com a sua palavra como superou essa verba
exigida pelo Bloco de Esquerda.
Aplausos do PS.
Mas, hoje, confrontamo-nos com o voto contra do Bloco de Esquerda, apontando falhas na área da saúde.
E eu pergunto, Sr.as e Srs. Deputados: essas falhas serão o suficiente para o Bloco virar as costas aos
portugueses e votar contra as medidas de que os portugueses precisam para fazer face à qualidade de vida,
nomeadamente na área da saúde? Não, Srs. Deputados! Para nós, não! Para nós, é imperativo, é importante
que votemos este Orçamento do Estado, que vai fazer face às necessidades do Serviço Nacional de Saúde.
A proposta que hoje aqui debatemos tem uma dotação orçamental acrescida de cerca de 470 milhões de
euros face ao Orçamento anterior, dando assim ênfase ao compromisso do Governo no qual o Bloco de
Esquerda deveria pôr os olhos e manter esse compromisso, porque nós queremos um SNS mais justo e mais
inclusivo. Este é o lema do Partido Socialista!
Com este reforço financeiro, a resposta do SNS será ainda mais intensificada. Está prevista a contratação
de cerca de 8400 profissionais de saúde em dois anos e de mais 4200 no ano de 2021 e está previsto um reforço
de investimento em instalações e equipamentos. E quero aqui realçar o investimento na nova ala pediátrica do
Hospital de São João, que está quase concluída, relativamente à qual herdámos uma trapalhada de
procedimento — entretanto, a direita, que tanto falava nesta obra, calou-se para sempre.
Risos do PSD.
Não, connosco ninguém se cala! Nós levamos os dossiers até ao fim até que consigamos concluir as obras.