29 DE OUTUBRO DE 2020
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Não aprenderam nada, mas também não dizem porque é que estão contra. Ouvimos o Sr. Deputado Baptista
Leite dizer que o Governo desistiu disto e daquilo. Mas o que parece é que o PSD desistiu de dizer por que é
que está contra, talvez porque tenha vergonha de o dizer.
Aplausos do PS.
Se está contra, por que razão é que não dizem porquê? Estão contra o aumento do salário mínimo nacional?
Certamente, nenhum Deputado do PSD conseguiria viver com o salário mínimo nacional tal como existe. Estão
contra, talvez, o aumento das pensões? Estão contra as políticas sociais? Estão contra o reforço do SNS? Estão
contra a valorização da escola pública? Talvez estejam contra tudo isto, mas não sabemos. Os senhores
desistiram e têm vergonha de dizer ao País por que razão é que estão contra este Orçamento do Estado.
Aplausos do PS.
Temos mesmo outro caminho. Ouvimos ontem o CDS dizer aqui que este é um Orçamento à esquerda. Pois
é, pois é! E temos muito orgulho nisso. Este é um Orçamento à esquerda.
Aplausos do PS.
É um Orçamento que dá sequência ao caminho que firmámos desde 2015 com o Partido Comunista
Português, com o Bloco de Esquerda, com o PEV e com o PAN. Aprofunda várias das suas dimensões e vai
mais além, o que é tão mais significativo perante a dimensão da crise que hoje vivemos.
As prioridades do Orçamento na área do trabalho e da segurança social foram devidamente explanadas e
aprofundadas pela Sr.ª Ministra. Não as vou repetir.
Protestos do Deputado do PSD Duarte Marques.
Posso dizer que todas as medidas representam 22 385 milhões de euros, o que demonstra bem a prioridade
que damos ao reforço dos nossos sistemas de proteção social.
Infelizmente, repito, infelizmente, nada disto foi suficiente para a viabilização do Orçamento por parte do
Bloco de Esquerda. Compreendemos, politicamente, o voto contra do PSD e da direita, porque o Orçamento do
Estado se posiciona à esquerda, porque o defendemos nesse campo. Mas apenas podemos registar com
desilusão a posição que foi assumida e anunciada pelo Bloco de Esquerda.
O Sr. André Ventura (CH): — Oh!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Nós, Partido Socialista, para a especialidade, não queimamos nenhuma ponte, não perdemos o foco da nossa orientação. Não está em causa a preservação das diferenças
que animam naturalmente os diferentes partidos, as suas identidades. Elas continuarão a fazer parte da
identidade de cada partido. Mas está em causa a convergência em torno de um programa comum de
recuperação económica e de combate à crise que não deixa de reforçar os serviços públicos, a proteção social,
os rendimentos e os direitos dos trabalhadores.
Aplausos do PS.
Assim termino, Sr.ª Ministra, pedindo-lhe que aprofundasse os compromissos em matéria social e laboral e
dissesse de que forma estas marcas distintivas na sua área do Orçamento do Estado nos posicionam claramente
no espírito, no caminho e na identidade do programa político que, sob a liderança do Partido Socialista, vimos
construindo em conjunto desde 2015.
Aplausos do PS.