29 DE OUTUBRO DE 2020
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Temos de olhar para a frente e não para trás. Temos de conseguir construir soluções que respondam aos
desafios de hoje e que os jovens também sintam que é para eles que estamos a construir respostas e a criar
condições para termos, cada vez mais, relações de trabalho estáveis e emprego sustentável. É esse o nosso
compromisso e foi nesse sentido, aliás, que apresentámos muitas medidas muito concretas, relativamente às
quais penso que todos os trabalhadores têm a ganhar.
Também em relação aos cuidadores informais, todos sabemos que a pandemia atrasou o processo,
nomeadamente até nos pedidos. Tivemos, até agora, cerca de 2700 pedidos, no universo que o Sr. Deputado
identificou de universo potencial. Percebemos que tem havido também uma dificuldade de mobilização das
pessoas para fazerem os pedidos nos momentos que vivemos, mas estamos sempre a procurar evoluir e a
simplificar o processo.
Ainda hoje foi publicada a portaria, que assinei na segunda-feira. para simplificar o processo. No momento
em que a emissão de atestados por parte dos médicos era mais difícil, eliminámos também esse passo para,
nesta fase, ser mais fácil o processo.
Sr. Deputado João Almeida, penso que sobre as pensões estamos entendidos, nomeadamente porque se
esqueceu do que o CDS e o PSD fizeram em tempos idos.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ai estamos?!
A Sr.ª Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Sr. Deputado António Filipe, não podia estar mais de acordo sobre a necessidade de investimento nos serviços públicos e de termos serviços públicos
mais robustos e mais fortes.
Tivemos um reforço de 200 pessoas para a segurança social, mas é preciso continuar esse caminho,
reforçando o papel e a capacidade de resposta da segurança social, e também alargar a capacidade de resposta
em termos de equipamentos sociais, seja através do alargamento desses equipamentos públicos, seja através
da rede social.
É nesse sentido, aliás, que temos um compromisso, através do Plano de Recuperação e Resiliência, em que
temos um programa de 420 milhões de euros dedicados ao aumento da capacidade de resposta, tendo ficado
evidente que é algo crítico no momento que vivemos.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Vamos continuar com os pedidos de esclarecimento. Para o efeito, tem a palavra a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha, do Grupo Parlamentar do PAN.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, de forma muito breve, em 36 segundos, queria focar um dos temas que nos traz várias preocupações neste Orçamento do Estado: políticas para pessoas com
deficiência.
Entendemos que é necessário ir mais além e gostaríamos de saber se, em sede de especialidade, a Sr.ª
Ministra e o seu Governo estão disponíveis quer para um plano estratégico para pessoas com deficiência a
médio prazo, numa perspetiva, por exemplo, de 10 anos, quer para medidas cirúrgicas, quer para dar mais
condições aos cuidadores de pessoas com incapacidade superior a 60%.
Dar-lhe-ia um exemplo muito simples: estas pessoas têm muita dificuldade no seu trabalho, pelo regime
laboral, sendo, muitas vezes forçadas a trabalhar por turnos. Sabemos que os equipamentos sociais têm um
horário próprio e, portanto, parece-nos que seria fundamental rever, no fundo, estas condições para os
cuidadores de pessoas com mais de 60% de incapacidade.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Costa, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Sr. Jorge Costa (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, o debate já vai longo. De tão repetidas, já sabemos de cor as alterações à lei laboral que a troica plantou há anos e o efeito que tiveram no empobrecimento e na