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29 DE OUTUBRO DE 2020

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Ao votar contra este Orçamento, o Bloco de Esquerda desertou do campo de batalha e coloca-se,

incompreensivelmente, ao lado da direita.

Vota contra uma nova prestação social de proteção do rendimento, que abrange 258 mil pessoas. Vota contra

o reforço de mais de 1000 milhões de euros no SNS e a contratação de mais 4 200 profissionais de saúde. Vota

contra o subsídio de risco dos profissionais de saúde que estão na linha da frente da luta contra a COVID-19.

Vota contra o aumento das pensões mais baixas, já a partir de janeiro. Vota contra um Orçamento que não

transfere — aliás, note-se, a ausência total deste tema, neste debate, depois de tantas semanas a ouvir falar

dele — dinheiro público para o Novo Banco.

O Sr. Pedro do Carmo (PS): — Bem lembrado!

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Vota contra o combate à precariedade.

Aplausos do PS.

Vota contra a obrigação de as grandes empresas com lucros, e que tenham benefícios fiscais, manterem o

nível de emprego. Vota contra o aumento do subsídio de desemprego. Vota contra as suas próprias propostas,

que estão nesta proposta de lei.

Porque votará, afinal, o Bloco de Esquerda contra? Será por ser mais fácil? Será por ser mais cómodo estar

fora das soluções quando a situação é difícil?

Aplausos do PS.

Ou porque não quer partilhar o risco da gestão desta crise?

Digam o que disserem, escolher este momento para abandonar toda a esquerda e ir para os braços da direita

é um sinal de tremenda irresponsabilidade, de quem tem medo de enfrentar a maior crise que todos vivemos.

Aplausos do PS.

Sim, Sr.ª Deputada, o Bloco de Esquerda desistiu das pessoas.

Hoje, cada um de nós assumirá, plenamente, a sua responsabilidade, neste momento particularmente difícil.

Lá fora está um País que espera de nós, de cada um de nós, que respondamos às suas angústias, ao seu

sofrimento, à sua dor, que não lhes voltemos as costas e lhes demos esperança para manter os seus

rendimentos, o seu emprego, a sua empresa, a comida na mesa todos os dias, a escola dos seus filhos,…

Protestos de Deputados do PSD.

… o cuidado com os mais velhos, a proteção social, que só uma sociedade decente é capaz de dar.

Lá fora está um País que sabe que aqui, hoje, dentro de instantes, se votam duas opções distintas para o

País: de um lado, a opção do Governo, do PS, do PCP, do PEV, do PAN e das duas Deputadas não inscritas,

para prosseguir o caminho dos últimos cinco anos, de proteção dos rendimentos, valorização do trabalho, reforço

dos serviços públicos — em particular do SNS —, criação de riqueza com mais qualificações e mais

competitividade das nossas empresas.

Do outro lado, a outra opção: contra o aumento do salário mínimo nacional, contra a nova prestação social,

contra o esforço do investimento no Serviço Nacional de Saúde, contra a proteção do emprego, contra a resposta

à emergência social com aumento do subsídio de desemprego, contra as medidas que garantem que nenhum

português ficará abaixo do limiar da pobreza,…

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ai não?!

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — … contra o aumento do investimento público.