I SÉRIE — NÚMERO 19
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Quem tivesse dúvidas de que a direita parlamentar nada aprendeu desde os tempos em que tinha como ideia
e como programa ir além da troica poderia tê-las desfeito ouvindo, ontem e hoje, o PSD e o CDS neste debate,
mas também os novos partidos da direita, que teriam batido palmas à estratégia ruinosa então seguida, em
2011.
Aplausos do PS.
Para o Dr. Rui Rio, darmos tudo a todos, um orçamento de distribuição, é, para o PSD, bem o sabemos, uma
regalia. Sabemos que direitos, para o PSD, são regalias; que aumentar o salário mínimo nacional, para o PSD,
é uma regalia; que aumentar pensões, para o PSD, é uma regalia; que aumentar os salários da função pública
— dos nossos professores, dos nossos médicos e enfermeiros —, para o PSD, é uma regalia.
Protestos do PSD.
Não há, portanto, qualquer surpresa no voto da direita parlamentar e é por isso que, em democracia, há
sempre alternativa e a alternativa que o PS propõe é contrária à da direita.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, já o disse e repito: os portugueses esperam do PS e da esquerda
parlamentar que procurem os entendimentos para melhores soluções, para respondermos ao difícil tempo que
vivemos.
Pode falar-se muito desta proposta de Orçamento, mas não se pode dizer que o Governo não negociou, não
buscou aproximações, não incorporou ideias que lhe são apresentadas. Há cinco anos que é assim! Há cinco
anos que o Governo vem ao Parlamento com uma proposta concertada com os parceiros à esquerda e dá a
este Parlamento a oportunidade de a melhorar pelo trabalho de convergência que aqui fazemos.
Porque havia de ser diferente este ano? Não é diferente! Buscar aproximações foi sempre um exercício
possível em tempos normais, mas é uma obrigação absoluta em tempos excecionais.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, na bancada do Partido Socialista não vemos nenhuma razão para
que o caminho de convergência dos últimos cinco anos não possa e não deva ser continuado, mais uma vez,
pelas mesmas forças que mudaram as políticas a partir de 2015.
Leio e releio o Orçamento,…
O Sr. André Ventura (CH): — Foi muito bem lido!… É melhor reler!
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — … e, a cada leitura, encontro um reforço do caminho da dignificação, da melhoria dos serviços públicos, de busca de maior coesão social, de partilha justa da riqueza,
de promoção da modernização da economia e do aumento da competitividade do País.
Este ano, num exercício excecionalmente difícil, os portugueses pedem que as forças progressistas
continuem juntas.
Sei que custa à direita, porque, para uns, há portugueses de primeira e de segunda,…
Vozes do PSD: — Ah!…
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — … que não deviam ter nenhuma prestação social. Mas, Sr. Deputado André Ventura, essa não é a política do Partido Socialista.
Aplausos do PS.