I SÉRIE — NÚMERO 21
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O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Eu não perguntei nada!
O Sr. Secretário de Estado da Segurança Social (Gabriel Bastos): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, respondendo ao Sr. Deputado João Pinho de Almeida, explico-lhe, conforme já tivemos a
oportunidade de discutir em reunião da Comissão de Trabalho e Segurança Social com a Comissão de
Orçamento e Finanças, e tal como também lhe foi transmitido pela Sr.ª Ministra do Trabalho, Solidariedade e
Segurança Social, que, na proposta que temos de aumento extraordinário para 2021, todos os pensionistas
abrangidos terão, a partir de janeiro, um aumento de 10 €.
Sr. Deputado, também para reiterar a informação que já lhe transmitimos, quero explicar que esse aumento
permitirá a estes pensionistas das pensões mínimas do regime geral de segurança social, da pensão social e
da pensão rural que fiquem com um valor acima daquele que resultaria da aplicação no tempo da lei de
atualização de pensões.
Sr. Deputado, quero também chamar a atenção para um ponto que me parece absolutamente essencial. O
Governo do PSD/CDS-PP, entre 2011 e 2015, fez atualizações discricionárias destas pensões, esquecendo três
escalões de pensões mínimas do regime geral e apenas atualizou a pensão mínima no primeiro escalão do
regime geral da segurança social.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, queria aproveitar esta oportunidade para dizer ao Sr. Secretário de Estado, começando logo pela parte final da sua intervenção que é verdade quando diz que
o Governo do PSD/CDS-PP fez uma atualização discricionária. No tempo do Partido Socialista que antecedeu
o Governo do PSD/CDS-PP não havia discricionariedade nenhuma, as pensões estavam todas congeladas. Os
senhores congelaram todas as pensões, nós fizemos uma atualização discricionária! Como tínhamos de gerir a
bancarrota que os senhores deixaram optámos por atualizar as pensões daqueles que menos tinham e as
pensões mais baixas de todas. Isso é sensibilidade social, Sr. Secretário de Estado! O facto de não fazer
discriminação nenhuma e de congelar todas as pensões é não perceber que os mais pobres dos mais pobres,
entre os pensionistas, têm, mesmo numa situação difícil, de ser beneficiados.
Quero dizer-lhe ainda o seguinte: o senhor não pode dizer que o Orçamento do Estado, a partir de janeiro,
vai atualizar igualmente todas as pensões, porque a proposta que apresentaram não faz isso. Isso só acontecerá
se forem aprovadas ou a proposta do CDS ou as de outros partidos que propõem o mesmo que o CDS.
E digo-lhe porque é que isso acontece. Tal acontece não porque os senhores tenham sensibilidade social e
tenham percebido a injustiça que estavam a fazer aos pensionistas mais pobres dos mais pobres; tal acontece
porque precisam do voto do PCP e porque essa foi uma das exigências do PCP.
Portanto, chegará o dia em que o Governo do Partido Socialista se preocupará mais com o dinheiro que não
atualiza nas pensões dos mais pobres do que com os votos de que precisa para aprovar um Orçamento.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Ainda no âmbito do mesmo artigo, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim.
A Sr.ª Secretária de Estado do Orçamento (Cláudia Joaquim): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado: O grande problema é que, por vezes, o que é dito não é o que aconteceu.
A atualização extraordinária de pensões ocorre desde 2017, sim, em articulação entre o Partido Socialista, o
Governo e o Partido Comunista Português com um objetivo: atualizar as pensões de todos os pensionistas que
o PSD e o CDS, durante quatro anos seguidos, decidiram não atualizar.
Aplausos do PS.