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4 DE DEZEMBRO DE 2020

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sobre o Orçamento do Estado mostra que não serve, porque prevê que, em 2021, o Serviço Nacional de

Saúde faça menos consultas e menos cirurgias do que fazia em 2019.

Ora, quando toda a gente sabe que as necessidades de saúde são muito maiores, que há atividade

programada que foi desprogramada e que vai ter de ser recuperada em 2021 e que a exigência sobre o

Serviço Nacional de Saúde vai ser muito maior, aquilo que o Governo prevê é que ele vá fazer menos.

Porquê? Porque o Orçamento do Governo do Partido Socialista não dá ao Serviço Nacional de Saúde os

recursos de que ele necessita.

O Sr. Deputado disse, ainda, que os generais tendem a responder às guerras tendo em conta as guerras

anteriores. Tentando tirar a metáfora bélica do debate, gostava apenas que o Governo não respondesse ao

futuro imediato como respondeu ao passado mais imediato. Como? Por exemplo, prometendo apoios, que não

chegaram; anunciando apoios para trabalhadores informais, quando nenhum deles recebeu qualquer tipo de

apoio; respondendo com contratos precários para o Serviço Nacional de Saúde, quando este Serviço

precisava era de trabalhadores efetivos e permanentes para reforçar a resposta.

Ora, aquilo que se espera é que o Governo não teime em continuar a responder mal, como respondeu no

passado mais recente. Aliás, o que era de esperar, neste momento, era que se estivesse a anunciar uma forte

vaga de contratações para garantir, por exemplo, a vacinação a todas as pessoas feita no Serviço Nacional de

Saúde. E isso não foi anunciado.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Nos próximos 3 minutos, o Sr. Deputado Porfírio Silva responderá a todos estes pedidos de esclarecimento.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, agradeço a todos os Srs. Deputados que colocaram questões e peço desculpa por não citar os nomes de todos para não gastar o meu tempo de resposta.

Vou começar por responder ao Sr. Deputado André Ventura. Sr. Deputado, nós não queremos resolver os

protestos, queremos resolver os problemas que estão na base dos protestos, e nisso estamos empenhados.

Mas uma coisa é certa: se estivéssemos a fazer aquilo que o Sr. Deputado colocou no programa eleitoral do

Chega, ou seja, acabar com o Serviço Nacional de Saúde, acabar com a escola pública, acabar com mais não

sei quantas coisas — programa que depois escondeu, tirou-o do site para ninguém ver —, se tivéssemos feito

isso, nada se poderia resolver.

Vozes doPS: — Muito bem!

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Deixe de ser hipócrita, não mude de posição todos os dias, e depois falamos!

Aplausos do PS.

Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, não, nós não temos vergonha e estamos de consciência tranquila.

Sabemos que nem tudo foi feito com perfeição, porque não é possível fazer tudo com perfeição nestas

circunstâncias, mas o Sr. Deputado tem de ir rever as suas notas para ver que algumas das coisas que disse

que não foram feitas foram efetivamente feitas a seu tempo e no princípio da pandemia. Vá ver! E não explore

o desespero dos outros. Não se junte ao colega que está sentado atrás de si para explorar o desespero dos

outros, porque o desespero não é para explorar audiências, nem para explorar as pessoas; é para ser

resolvido.

Protestos do Deputado do CDS-PP João Gonçalves Pereira.

Sr. Deputado Cristóvão Norte, o PSD já nos habituou… É mais ou menos como aqueles que tiram o

programa do site: num dia, diz uma coisa e, no outro dia, diz outra.