I SÉRIE — NÚMERO 30
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O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado Miguel Matos, tem quatro pedidos de esclarecimento. Dir-me-á como pretende responder.
O Sr. Miguel Matos (PS): — Sr. Presidente, vou responder aos pedidos de esclarecimento em conjunto.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Muito bem, Sr. Deputado. Para um primeiro pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Poço, do PSD.
O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Miguel Costa Matos, permita-me, no início desta intervenção, que o saúde democraticamente pela recente eleição para a liderança
da Juventude Socialista. Faço-o, também, enquanto homólogo e presidente de uma organização política de
juventude, reconhecendo na Juventude Socialista um papel histórico na afirmação de políticas de juventude e
de um País para as novas gerações, que contou sempre, ao longo da sua história, com figuras destacadas,
entre os quais distintos colegas da nossa Casa, como Sérgio Sousa Pinto ou Jamila Madeira, que, estou certo,
orgulham a Juventude Socialista no seu todo.
Sr. Deputado, permita-me esta saudação, embora não partilhe do seu otimismo, nem partilhe do otimismo
com que refere a situação das novas gerações. As novas gerações estão, hoje, numa situação bastante
complicada e um rolo compressor está, novamente, sobre as suas vidas: um em cada quatro jovens está sem
emprego; um em cada cinco jovens está às portas da pobreza; os jovens portugueses são os que, entre os
jovens europeus, mais tarde saem de casa de seus pais; comparando com outros países, Portugal sai-se
muito mal com a criação de emprego, com os salários que os jovens conseguem e na satisfação dos seus
sonhos e aspirações na vontade de se autonomizar. Portugal precisa de uma juventude emancipada e
autonomizada.
Não partilho do seu otimismo, porque, se fizermos uma análise mais longa, reparamos que, em quase 25
anos, o nosso País teve cerca de 18 anos de governo socialista.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — É verdade!
O Sr. Alexandre Poço (PSD): — E, nestes 25 anos, a posição relativa, mas também absoluta, dos jovens portugueses em nada melhorou.
Portanto, Sr. Deputado, acredito que, com a continuação das políticas socialistas e do modelo socialista de
desenvolvimento, os jovens portugueses ficarão mais pobres e não menos ricos, os jovens portugueses
ficarão mais longe dos jovens europeus e não convergirão com a Europa, como é um desígnio nacional, para
todos, no nosso País.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP, para um pedido de esclarecimentos.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Miguel Costa Matos, antes de mais, permita-me também associar-me às palavras que já aqui foram proferidas e cumprimentá-lo
pela sua recente eleição para Secretário-Geral da Juventude Socialista, bem como pela realização do
congresso, nos últimos dias.
Sr. Deputado Miguel Costa Matos, transmitiu uma mensagem de otimismo, num tom que procurou ser
positivo, através dos votos para 2021 que, ao fim e ao cabo, partilhou na sua intervenção.
Gostaria de deixar apenas uma observação: muito do que está aqui em causa, relativamente ao que o
nosso País e o povo português precisam de ter em 2021, tem de ir muito além de uma questão de fé.
Essencialmente, trata-se de uma questão de opções políticas, porque as opções políticas que temos em cima
da mesa determinarão muito do que irá acontecer nas questões que abordou na sua intervenção, como o
problema da pandemia COVID-19 e o seu combate, as medidas de proteção da população, dos trabalhadores,
das jovens gerações até aos mais velhos.