8 DE JANEIRO DE 2021
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desculpa, pela Sr.ª Deputada Mariana Silva. Certamente outros também o disseram e peço perdão por não ter
referido o seu nome.
É verdade também que, sendo esta uma questão global, não há nenhum país, por maior que seja, que a
resolva sozinho. Mas é, de facto, um orgulho muito grande Portugal estar na linha da frente, por
responsabilidade, por compromisso para com os portugueses, por compromisso para como o mundo e, não o
negamos, por necessidade.
Aplausos do PS.
Sabemos que somos o país da Europa que, muito provavelmente, mais sofre com as consequências que já
existem das alterações climáticas. Precisamente por isso, para podermos ser exigentes com terceiros, temos
de saber assumir os nossos compromissos. Temo-lo feito bem, estamos na linha da frente. Aqueles que
acham que Portugal deveria estar na média pensam mal, até porque, verdadeiramente, e isso é cada vez mais
claro, intervir e investir na sustentabilidade é mesmo investir na recuperação económica e na garantia de que
vamos ter um Portugal com maior qualidade de vida, com maior justiça social, com emprego mais qualificado e
com mais bem-estar.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — A Mesa regista três inscrições para pedir esclarecimentos. Como deseja responder, Sr. Ministro?
O Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática: — Em conjunto, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para formular o primeiro pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Fazenda, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Nuno Fazenda (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, temos hoje debatido uma lei importante, a lei do clima, um tema que tem
marcado a agenda internacional. Portugal, como o Sr. Ministro acabou de referir, tem estado na linha da frente
dessa agenda, e destaco três exemplos.
Primeiro, Portugal foi o primeiro país a apresentar um Roteiro para a Neutralidade Carbónica até 2050,
comprometendo-se com medidas e com metas concretas. Liderou pelo exemplo.
Segundo, conforme sublinhou, entre 2015 e 2019, Portugal reduziu em 26% as emissões de dióxido de
carbono. Foi dos melhores desempenhos da Europa.
Terceiro, tem tido uma agenda para a ação climática com medidas em diversas áreas-chave, tais como a
das energias renováveis. Como bem sublinhou, em 2019, Portugal foi o quinto país na União Europeia que
mais eletricidade produziu a partir de energias renováveis. Cerca de 60% — para ser rigoroso, 59% — da
eletricidade produzida em Portugal tem origem nas renováveis. E isto tem significado: por um lado, melhor
ambiente e, por outro, menores custos de eletricidade.
De facto, nos últimos quatro anos, o custo da eletricidade desceu 8,1%, em Portugal, e, ao invés, na União
Europeia, cresceu 4%.
Ora, estes exemplos de iniciativas, a que muitas outras se poderiam juntar, designadamente a nível da
mobilidade sustentável, justificam o reconhecimento internacional de Portugal em matéria de ambiente. Para a
Comissão Europeia, conforme já foi dito neste debate, Portugal é dos países que está em melhores condições
para cumprir as metas traçadas até 2030, mas, apesar destes resultados, o desafio das alterações climáticas
exige uma ação contínua e persistente. É precisamente por isso que a ação climática é uma prioridade do
Governo, uma prioridade da Presidência portuguesa e da União Europeia e uma prioridade do próximo ciclo de
fundos comunitários. Na verdade, no próximo Plano de Recuperação e Resiliência, 37% dos fundos estão
afetos, precisamente, à transição climática.
Portanto, temos estratégia, temos fundos e vamos ter uma lei para o clima, e isso é essencial. Mas só
seremos verdadeiramente bem sucedidos com um compromisso duradouro de todos: dos partidos políticos,
para gerar consensos, como é o caso da presente lei; dos Governos, do atual e dos vindouros, no